Sérgio
Côrtes foi secretário de Cabral no RJ
(Foto: Reprodução/TV Globo)
|
Sérgio Côrtes e os empresários
Miguel Iskin e Gustavo Istellita foram detidos na Operação Fatura Exposta. PF
investiga desvio de verbas no Into e na Secretaria Estadual de Saúde.
O ex-secretário de Saúde do Estado
do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, e os empresários Miguel Iskin e Gustavo Istellita
foram indiciados pela Polícia Federal por corrupção. Eles foram detidos na
Operação Fatura Exposta, que investiga um esquema de desvio de dinheiro público
no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e na Secretaria
Estadual de Saúde.
Na semana passada, Sérgio Côrtes e
Miguel Iskin viraram réus no mesmo caso, por obstrução da justiça. A assessoria
de Miguel Iskin afirmou que não vai comentar. O Bom Dia Rio não conseguiu falar
com as defesas dos outros indiciados.
Os três foram presos no mês
passado e são acusados de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e
organização criminosa. De 2007 a 2016, as investigações apontaram desvio de R$
300 milhões em contratos do Into e da Secretaria Estadual de Saúde.
A denúncia veio da delação
premiada de César Romero, que foi subsecretário de Saúde na gestão de Sérgio
Côrtes. Em 2010, César Romero foi exonerado do cargo pelo próprio Sérgio
Côrtes, acusado de corrupção e superfaturamento na manutenção de ambulâncias e carros
usados no combate à dengue.
De exemplo de gestor a preso
Na época em que foi secretário de
Saúde e também quando estava na direção do Into, Côrtes costumava se apresentar
como um administrador preocupado com o dinheiro público. “O meu sonho é que R$
1 da saúde valha realmente R$ 1. É o que nós estamos tentando dentro do
instituto", disse o então diretor do Into, em 2004.
Côrtes ganhou fama de “gestor
implacável” na direção do Into, um centro federal de referência no tratamento
ortopédico. Dizia sofrer ameaças de morte por combater os desvios dentro do
instituto. Quando Sérgio Cabral assumiu o governo, levou Sérgio Côrtes para ser
o secretário de Saúde.
“Tô muito satisfeito, muito
tranquilo em deixar essa pasta nas mãos desse médico intolerante com a incompetência,
inimigo da corrupção”, disse o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, em 2006.
Aparentemente Côrtes era alguém
que zelava pelo dinheiro público, mas sua prisão revelou uma suspeita antiga: a
de que a principal missão desse medico não era a saúde dos pacientes. Ele já
estava na mira dos investigadores.
A Polícia Federal e a
Controladoria-Geral da União já investigavam superfaturamento em contratos do
Into quando Sérgio Côrtes era diretor. Na ocasião, ele não foi condenado.
Uma foto de 2009 mostra o
ex-secretário num restaurante em Paris, em um jantar em homenagem a Sérgio
Cabral. O encontro conhecido como a ‘farra dos guardanapos’. Em 2010, o
Ministério Público do Rio investigou contratos da Secretaria Estadual de Saúde.
Côrtes decidiu exonerar o subsecretario executivo César Romero Vianna Júnior.
César Romero fez a delação
premiada que ajudou a prender o ex-chefe. O delator também gravou conversas com
Sérgio Côrtes sobre o esquema de propina. Numa delas o ex-secretário tenta
combinar o que os dois poderiam falar à Justiça.
Por Bom Dia Rio
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!