Baía Hadassa
em Stanley, nas Ilhas Malvinas
(Peter
Macdiarmid/Getty Images/VEJA)
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Dezoito voos militares teriam
partido do país em direção ao arquipélago; brasileiros apoiam a reivindicação argentina
pela soberania da região
A Argentina expressou nesta
quarta-feira sua “preocupação” com o Brasil após detectar que foram
realizados pelo menos 18 voos militares da Real Força Aérea Britânica entre
aeroportos do país e as Ilhas Malvinas nos últimos anos. A
informação contradiz o apoio histórico dos brasileiros à reivindicação
argentina pela soberania do arquipélago.
A chancelaria argentina disse em
comunicado que a Direção Nacional de Controle de Tráfego Aéreo reportou durante
2016 “pelo menos seis voos militares operados pela Real Força Aérea entre
aeroportos brasileiros e Monte Agradable” (Mount Pleasant, em inglês), onde
está uma base militar britânica nas Malvinas. O governo argentino diz que em
2015 houve 12 voos similares a partir do Brasil.
O governo também manifestou
formalmente “preocupação por tal situação” à chancelaria do Brasil e recordou
“o compromisso brasileiro de não receber em seus aeroportos e portos aeronaves
ou navios britânicos de guerra” dos arquipélagos em disputa, em concordância
com a posição adotada pelo Mercosul e pela Unasul.
De acordo com a Argentina, a
resposta da chancelaria brasileira foi de que “não tinha conhecimento de tais
voos, comprometendo-se a desenvolver as consultas pertinentes ao Ministério da
Defesa local”. Foi feita consulta similar à embaixada brasileira em Buenos
Aires e a resposta foi similar. Ainda de acordo com a embaixada do Brasil, os
voos podem ter se tratado de “questões humanitárias ou de emergências
provocadas por problemas técnicos”.
A declaração oficial do governo
argentino ocorre um dia após uma rede de notícias local divulgar um suposto
documento secreto da chancelaria argentina que registrava voos militares
britânicos entre as Malvinas e os aeroportos de Rio de Janeiro, São Paulo e
Porto Alegre.
Em 1982, Argentina e Reino Unido
travaram uma guerra pela soberania das ilhas, com saldo de 649 soldados
argentinos e 255 britânicos mortos. A relação diplomática foi retomada na
década de 1990, mas a negativa inglesa de discutir a soberania das Malvinas,
chamadas por eles de Ilhas Falkland, é motivo de questionamentos permanentes
dos governos argentinos ante organismos internacionais.
O presidente Mauricio Macri,
afirmou, em mensagem de abertura do período ordinário de sessões do Congresso,
nesta quarta-feira, que o diálogo “é o caminho para avançar em nossos
interesses, incluindo nossa reivindicação legítima pela soberania das Ilhas
Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul. O diálogo fortalece nossa posição e
nos permite aproximarmo-nos para encontrar uma solução definitiva para este
prolongado desacordo”.
(Com Estadão Conteúdo)
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