Por Angel Morote
A chegada de
2026 impõe aos municípios da Baixada
Litorânea e do Norte Fluminense um desafio de proporções hercúleas. Enquanto moradores e turistas se
preparam para os brindes, as prefeituras de Rio das Ostras, Macaé e Búzios desenham estratégias distintas para um objetivo comum:
garantir que o sol do dia 1º de janeiro nasça sem o peso de ocorrências graves.
Rio das Ostras: o desafio do volume e da tradição
O plano de Rio das Ostras é, talvez, o mais ambicioso em termos de concentração de
massas. Com uma expectativa de
200 mil pessoas, a cidade optou por manter a tradição dos grandes eventos
públicos, como os fogos musicados e a inovadora cascata invertida. A estratégia de segurança foca no
reforço ostensivo, com a chegada de aproximadamente 80 agentes da Polícia Militar para a noite da virada. O diferencial aqui é a antecipação: a prefeitura buscou um diálogo
direto com o Estado para
garantir esse efetivo, entendendo que a densidade demográfica no Centro e em Costazul exige uma presença física proporcional para inibir
delitos.
Macaé: a engenharia da fluidez
Já em Macaé, o olhar parece mais voltado
para a mobilidade e o ordenamento viário. A Secretaria de Mobilidade Urbana tomou a dianteira com um cronograma rígido de bloqueios que
começa logo cedo na quarta-feira. O
foco macaense é evitar o caos urbano que muitas vezes serve de pano de fundo
para incidentes de segurança. Ao
priorizar o fechamento estratégico de vias nos Cavaleiros e no Pecado,
a cidade tenta controlar o fluxo de pessoas através do controle do fluxo de
carros, uma tática inteligente para gerir grandes aglomerações em áreas de
orla.
Búzios: o ordenamento pela exclusividade
Búzios
caminha por uma trilha diferente. Sem
shows públicos ou queima de fogos oficial, o município aposta no seu perfil de
destino sofisticado. A segurança
ali não é focada em palcos, mas sim no controle de acesso e no ordenamento
urbano para receber os milhares de passageiros de transatlânticos e os hóspedes
que lotam a rede hoteleira. Enquanto
Rio das Ostras se preocupa com a segurança da multidão no palco, Búzios se preocupa com a segurança nas
ruas estreitas e na Orla Bardot, focando no combate ao comércio
irregular e na preservação da experiência turística.
Comparativo de Estratégias
|
Cidade |
Foco Principal |
Ponto Forte |
Desafio Crítico |
|
Rio das Ostras |
Evento de
massa |
Reforço de
efetivo policial (PM) |
Sobrecarga
do sistema de saúde |
|
Macaé |
Fluidade no
trânsito |
Planejamento
de rotas e bloqueios |
Vigilância
em distritos distantes (Sana) |
|
Búzios |
Ordenamento
urbano |
Turismo
controlado e qualificado |
Gestão do
fluxo de transatlânticos |
Conclusão
A análise dos
planos revela que não existe uma "receita única". Rio das Ostras demonstra coragem ao manter a magnitude de sua festa, mas
precisará de uma integração cirúrgica entre a Guarda e a Polícia
para que o volume de pessoas não gere pontos cegos. O ideal para os próximos anos seria a criação de um gabinete de
crise regional unificado, permitindo que as informações de inteligência
circulassem entre essas três cidades irmãs com a mesma velocidade que os
turistas cruzam suas fronteiras. Afinal,
a segurança de um município na alta temporada depende, inevitavelmente, da
estabilidade de seus vizinhos.

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