Declaração de Trump reacende temor de ataque dos EUA à Venezuela | Rio das Ostras Jornal

Declaração de Trump reacende temor de ataque dos EUA à Venezuela

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o fechamento
 do espaço aéreo venezuelano. Reprodução/Twitter/X

Crise se intensifica após fechamento do espaço aéreo e mobilização de tropas venezuelanas

As tensões entre Estados Unidos e Venezuela atingiram um novo patamar após o presidente Donald Trump declarar, no sábado (29), que o espaço aéreo “acima e ao redor” do território venezuelano deveria ser considerado fechado.

A declaração ampliou o clima de incerteza em Caracas e reforçou temores de que Washington esteja à beira de uma intervenção militar direta no país sul-americano.

O governo de Nicolás Maduro reagiu imediatamente, classificando o anúncio de Trump como uma “ameaça colonialista” e um ato “arbitrário e hostil” contrário ao direito internacional. Ao mesmo tempo, Caracas intensificou exercícios militares e anunciou mobilizações em larga escala para se preparar para um eventual ataque, alegando que os EUA vêm fabricando pretextos para justificar uma ofensiva.

A escalada inclui o envio de forças militares de grande porte para o Caribe: o porta-aviões USS Gerald R. Ford, navios de guerra, milhares de soldados e jatos F-35 foram deslocados à região. Trump confirmou ter autorizado operações secretas da CIA na Venezuela e disse que ataques terrestres podem ocorrer “muito em breve”.

Paralelamente, Washington classificou o chamado Cartel de los Soles, expressão usada na Venezuela para se referir a militares envolvidos em corrupção, como organização terrorista, associando-o diretamente ao governo Maduro.

Maduro, por sua vez, adotou um discurso público pacifista enquanto denuncia agressões “imperialistas”. O presidente venezuelano tem aparecido frequentemente em transmissões estatais defendendo diálogo e convocando seus apoiadores a evitarem a guerra, embora também tenha prometido resistir a qualquer ataque, empunhando a espada de Simón Bolívar em eventos militares.

Resposta venezuelana

Em um comunicado oficial, o governo venezuelano afirmou que não aceitará intimidações externas e exigiu respeito à sua soberania. Para as autoridades de Nicolás Maduro, a declaração de Trump sobre o fechamento do espaço aéreo da Venezuela configura um ato de hostilidade e cria um precedente perigoso para a aviação civil e militar na América do Sul.

Na mensagem publicada no sábado, Trump direcionou o aviso a companhias aéreas, pilotos e até traficantes de drogas e de pessoas, afirmando que o espaço aéreo venezuelano deveria ser tratado como completamente fechado.

Como resposta imediata, o governo venezuelano suspendeu unilateralmente todos os voos de deportação provenientes dos EUA. Essas operações vinham sendo um ponto central da política migratória de Trump, que tenta ampliar o ritmo das expulsões em massa desde o início de seu mandato atual.

Trump vai para a guerra?

Trump afirmou, em conversa com militares nesta semana, que os EUA iniciariam “muito em breve” operações terrestres para combater supostos traficantes venezuelanos. A afirmação elevou o tom da crise e alimenta preocupações sobre uma possível intervenção direta no território venezuelano.

A escalada das tensões ocorre após a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) alertar companhias aéreas sobre riscos consideráveis para voos sobre a Venezuela. O aviso citava “piora da situação de segurança” e aumento da atividade militar. Pouco depois, Caracas revogou autorizações de seis grandes empresas aéreas que haviam suspendido suas rotas devido ao alerta.

Desde setembro, as forças norte-americanas já realizaram pelo menos 21 ataques contra embarcações suspeitas no Caribe e no Pacífico, resultando em ao menos 83 mortes. Nos círculos políticos de Washington, a ofensiva tem sido celebrada por aliados de Trump. O senador republicano Lindsey Graham, por exemplo, elogiou recentemente os esforços do governo para “acabar com a loucura na Venezuela”.

No entanto, o também senador republicano Markwayne Mullin afirmou neste domingo (30) acreditar que o presidente Donald Trump não pretende enviar tropas à Venezuela, mesmo com o acirramento das tensões entre Washington e Caracas. Em entrevista ao programa “State of the Union”, da CNN, ele disse que o governo tem sido transparente sobre os limites de sua resposta. “Ele deixou muito claro que não vamos colocar tropas dentro da Venezuela”, declarou.

Segundo Mullin, o foco da administração Trump é a proteção das fronteiras e do território dos Estados Unidos. O senador afirmou que as medidas recentes adotadas pelo governo refletem essa postura defensiva. “O que estamos tentando fazer é proteger nossas próprias costas”, afirmou.

Apesar do tom contundente do presidente, Mullin negou que exista compromisso para ataques aéreos em território venezuelano. Para ele, Trump está adotando uma postura “proativa” diante de ameaças à segurança nacional. “É isso que significa paz por meio da força”, disse o senador. “Não vamos esperar que venham até nós. Iremos até você se ameaçar nosso país.”

R7

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