Deputado Mário Heringer também
considera que governo tem adotado posição duvidosa ao lidar com a crise no INSS
O líder do PDT na Câmara dos
Deputados, Mário
Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva na crise
que envolve o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o
tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Segundo ele, a demissão do chefe
da pasta também poderia levar à saída da bancada da base. “Eu defendo essa posição
[a saída]. Minha bancada, até onde sei, todos defendem essa posição. É claro
que não depende só exclusivamente de mim, mas essa é a posição que defenderei”,
afirmou.
Na avaliação do líder, o governo
vem adotando posição duvidosa na condução da crise. A ministra das Relações
Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas
afirmou que se houver algo no futuro, será afastado. Poucas horas após essa
entrevista, Lula nomeou o procurador federal Gilberto Waller Junior como novo
presidente do INSS, sem consultar Lupi.
“A entrevista da Gleisi foi salomônica.
Ela fala que o governo vai manter o ministro e logo embaixo o ministro
desqualifica o ministro fazendo a indicação do presidente do INSS sem ter
conversado com Lupi antes. Se ele acreditasse na nossa posição, chamaria o Lupi
junto e indicariam juntos”, disse Heringer.
Para o líder do PDT na Câmara, o
governo deveria assumir parte da responsabilidade, e não jogá-la apenas a Lupi.
“Na verdade, quem indica é o
ministro, mas quem aprova é a Casa Civil. Lupi indicou, mas vocês assinaram
embaixo”. afirmou. “Essa responsabilidade é que o governo deveria entender que
tem na indicação, e ter trabalhado junto conosco junto na defesa da posição do
ministro. Isso é uma posição de extremo constrangimento.”
A oposição na Câmara dos
Deputados conseguiu 183 assinaturas e protocolou o pedido de abertura
Na semana passada, a Polícia
Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma operação que
identificou um esquema de cobranças irregulares que soma R$ 6,3 bilhões entre
2019 e 2024, segundo a PF.
No processo, 11 entidades
associativas foram alvo de medidas judiciais. Em troca dos descontos mensais,
elas afirmam que prestam serviços dos mais diversos tipos, como assistência
funerária, consultas médicas e “maridos de aluguel” (reparos em residências). A
operação levou à queda o ex-presidente do Instituto Nacional de Seguro Social
(INSS), Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi.
Nesta quarta-feira, 31, a Justiça
Federal decretou a quebra do sigilo das comunicações pessoais e corporativas de
Stefanutto e mais seis ex-integrantes do alto escalão da autarquia sob suspeita
de envolvimento com o esquema.
Na Câmara, a pressão sobre o
governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um
requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta
(Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.
Em audiência na Câmara nesta
terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não
houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e
afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.
R7
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