O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, anunciou nesta quinta-feira (3) a aplicação de uma tarifa de 25% sobre todos os veículos importados dos Estados Unidos. A medida é uma resposta às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, que chamou de “Dia da Libertação Econômica” sua decisão de tributar importações.
Carney classificou a política
tarifária de Trump como uma “tragédia” para o comércio global e garantiu que o
novo imposto canadense não afetará o México, já que os veículos do país vizinho
estão em conformidade com os acordos comerciais entre EUA, Canadá e México.
“O dano potencial ao próprio povo americano
deve eventualmente fazer o governo mudar de rumo”, declarou Carney a
jornalistas. “Mas não quero dar falsas esperanças.”
Guerra comercial em expansão
A decisão de Trump de impor
tarifas de 10% sobre quase todos os produtos importados, incluindo aqueles
vindos de aliados como União Europeia, Japão e Israel, gerou forte reação
internacional. Além disso, os EUA estabeleceram uma tarifa de 25% sobre importações
de veículos estrangeiros, embora Canadá e México tenham sido poupados dessa
medida – pelo menos por enquanto.
O Canadá é um dos principais
exportadores de automóveis para os Estados Unidos, com cerca de US$ 57 bilhões
em veículos e peças enviados ao país anualmente, segundo dados do Censo dos
EUA. O México, por sua vez, exporta aproximadamente US$ 87 bilhões em veículos
e US$ 64 bilhões em peças automotivas para o mercado americano.
Apesar de estar parcialmente
protegido das novas tarifas, economistas da RBC Capital Markets alertam que os
preços no Canadá ainda podem subir devido às políticas comerciais de Trump.
“Tarifas sobre importações canadenses ainda devem aumentar nesta quinta-feira”,
afirmaram Nathan Janzen e Claire Fan, economistas da instituição.
Reações políticas
Após o anúncio de Trump, quatro
senadores republicanos se posicionaram contra as tarifas, incluindo a taxa de
25% sobre aço e alumínio importados do Canadá. No entanto, a medida ainda
precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados, de maioria republicana.
No México, a presidente Claudia
Sheinbaum comemorou o fato de seu país ter sido poupado das tarifas e destacou
a boa relação entre os governos mexicano e americano. “Isso se deve ao respeito
mútuo que construímos entre nossos países”, afirmou Sheinbaum. No entanto, ela
ressaltou que sua prioridade continua sendo a redução ou eliminação das tarifas
sobre automóveis, aço e alumínio.
O cenário comercial entre os três
países segue incerto, e analistas apontam que a guerra tarifária pode estar
apenas no começo.
Gazeta Brasil
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