terça-feira, dezembro 24, 2024

Tribunal russo condena cidadão americano a 15 anos de prisão por espionagem


Um tribunal russo condenou, nesta terça-feira, o cidadão americano Gene Spector a 15 anos de prisão por um caso de “espionagem”, informaram as agências de notícias estatais russas.

Spector cumprirá sua pena “em uma colônia penitenciária de regime estrito”, conforme indicado na sentença citada pela agência Ria Novosti.

O cidadão americano de origem russa também foi multado em 14 milhões de rublos (cerca de 140 mil dólares), segundo a mesma fonte.

Spector, que nasceu na Rússia, mas se mudou para os Estados Unidos e obteve a nacionalidade americana, já havia sido condenado anteriormente a quatro anos de prisão na Rússia por atuar como intermediário em um caso de suborno, de acordo com os meios de comunicação estatais russos.

O julgamento ocorreu a portas fechadas, e poucos detalhes sobre as acusações contra Spector foram divulgados.

O veículo de mídia independente russo Media Zona, que tinha um jornalista presente na sala de audiência, informou que Spector foi condenado a 13 anos por acusações de espionagem. A sentença anterior por suborno foi somada a essa pena, resultando em uma condenação total de 15 anos.

Spector, ex-executivo de uma empresa de equipamentos médicos na Rússia, foi condenado em setembro de 2022 por permitir subornos a uma assistente do ex-vice-primeiro-ministro Arkady Dvorkovich. A assistente, Anastasia Alekseyeva, foi condenada a 12 anos em abril por aceitar subornos relacionados a dois luxuosos pacotes de férias no exterior.

Dvorkovich foi vice-primeiro-ministro durante o governo do ex-presidente russo Dmitri Medvédev, entre 2012 e 2018, e atualmente dirige a Federação Internacional de Xadrez (FIDE).

As autoridades russas anunciaram em 2023 que também haviam acusado Spector de espionagem e que ele se declarou culpado, assinando um acordo de cooperação com os investigadores. Como se trata de um caso classificado, não foram divulgados mais detalhes.

Spector foi presidente do conselho de administração do grupo Medpolymerprom, especializado em medicamentos contra o câncer, segundo a agência TASS.

Vários ocidentais, especialmente americanos, foram presos na Rússia e acusados de crimes graves desde o início da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Em outubro, Stephen Hubbard, de 72 anos e originário de Michigan, foi condenado a quase sete anos de prisão por supostamente lutar como mercenário a favor da Ucrânia, conforme informou a TASS.

Robert Woodland, cidadão americano de origem russa, foi condenado em julho a 12 anos e seis meses em uma colônia penal de máxima segurança por acusações relacionadas a drogas.

No mesmo mês, o jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich foi condenado a 16 anos de prisão após ser acusado de espionagem para a CIA enquanto trabalhava na cidade de Ekaterimburgo em março de 2023.

Gershkovich foi libertado posteriormente, em agosto, no maior intercâmbio de prisioneiros entre a Rússia e o Ocidente desde o final da Guerra Fria.

Gazeta Brasil

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