Um tribunal russo condenou, nesta terça-feira, o cidadão americano Gene Spector a 15 anos de prisão por um caso de “espionagem”, informaram as agências de notícias estatais russas.
Spector cumprirá sua pena “em uma
colônia penitenciária de regime estrito”, conforme indicado na sentença citada
pela agência Ria Novosti.
O cidadão americano de origem
russa também foi multado em 14 milhões de rublos (cerca de 140 mil dólares),
segundo a mesma fonte.
Spector, que nasceu na Rússia,
mas se mudou para os Estados Unidos e obteve a nacionalidade americana, já
havia sido condenado anteriormente a quatro anos de prisão na Rússia por atuar
como intermediário em um caso de suborno, de acordo com os meios de comunicação
estatais russos.
O julgamento ocorreu a portas
fechadas, e poucos detalhes sobre as acusações contra Spector foram divulgados.
O veículo de mídia independente
russo Media Zona, que tinha um jornalista presente na sala de
audiência, informou que Spector foi condenado a 13 anos por acusações de
espionagem. A sentença anterior por suborno foi somada a essa pena, resultando
em uma condenação total de 15 anos.
Spector, ex-executivo de uma
empresa de equipamentos médicos na Rússia, foi condenado em setembro de 2022
por permitir subornos a uma assistente do ex-vice-primeiro-ministro Arkady
Dvorkovich. A assistente, Anastasia Alekseyeva, foi condenada a 12 anos em
abril por aceitar subornos relacionados a dois luxuosos pacotes de férias no
exterior.
Dvorkovich foi
vice-primeiro-ministro durante o governo do ex-presidente russo Dmitri
Medvédev, entre 2012 e 2018, e atualmente dirige a Federação Internacional de
Xadrez (FIDE).
As autoridades russas anunciaram
em 2023 que também haviam acusado Spector de espionagem e que ele se declarou
culpado, assinando um acordo de cooperação com os investigadores. Como se trata
de um caso classificado, não foram divulgados mais detalhes.
Spector foi presidente do
conselho de administração do grupo Medpolymerprom, especializado em
medicamentos contra o câncer, segundo a agência TASS.
Vários ocidentais, especialmente americanos,
foram presos na Rússia e acusados de crimes graves desde o início da invasão
russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Em outubro, Stephen Hubbard, de
72 anos e originário de Michigan, foi condenado a quase sete anos de prisão por
supostamente lutar como mercenário a favor da Ucrânia, conforme informou a
TASS.
Robert Woodland, cidadão
americano de origem russa, foi condenado em julho a 12 anos e seis meses em uma
colônia penal de máxima segurança por acusações relacionadas a drogas.
No mesmo mês, o jornalista
do Wall Street Journal Evan Gershkovich foi condenado a 16
anos de prisão após ser acusado de espionagem para a CIA enquanto trabalhava na
cidade de Ekaterimburgo em março de 2023.
Gershkovich foi libertado
posteriormente, em agosto, no maior intercâmbio de prisioneiros entre a Rússia
e o Ocidente desde o final da Guerra Fria.
Gazeta Brasil
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