Eleições legislativas ocorrem em 6 de dezembro.
EFE/MIGUEL GUTIÉRREZ - 22.7.2020
Objetivo de
representantes da União Europeia é tentar garantir 'condições mínimas' para a
realização de eleições 'democráticas' no país
Uma missão
diplomática enviada pela União Europeia viajou nesta quinta-feira (24) a
Caracas para tentar promover "condições mínimas" para a realização de
eleições legislativas "democráticas" na Venezuela.
"Uma
missão da UE está em Caracas nesta semana para fazer contatos com todos os
partidos, incluindo as principais forças políticas, sociedade civil,
acadêmicos, setor privado e a igreja", disse um porta-voz da UE à agência
Efe.
De acordo com a
fonte, a missão ocorre "no contexto dos esforços para promover condições
democráticas mínimas antes das eleições legislativas".
O envio da
missão ocorre após a reunião do Grupo Internacional de Contato liderado pela UE
com países europeus e latino-americanos, no dia 17 de setembro, por
videoconferência, e o Conselho de Ministros das Relações Exteriores da UE, da
segunda-feira passada.
Considerando
que, nas condições atuais, a UE não seria capaz de reconhecer as eleições de 6
de dezembro como legítimas e a Assembleia Nacional resultante como
representativa, o que aceleraria a ruptura da Venezuela com a comunidade
internacional, Bruxelas faz agora uma tentativa final de manter o diálogo para
melhorar a situação.
Na reunião do
dia 17 com o Grupo de Contato Internacional, o alto representante da UE para a
Política Externa, Josep Borrell, informou os participantes sobre os trabalhos
realizados com as autoridades e a oposição para tentar reunir as condições para
as eleições.
Pedido de
mediação da oposição
Os chamados G4,
como são conhecidos os quatro principais partidos de oposição representados no
Parlamento venezuelano, pediram a Borrell que atuasse como intermediário com o
governo de Nicolás Maduro, a fim de acordar as condições mínimas para que eles
decidissem participar das eleições.
Algumas dessas
condições são a restituição de líderes e a autorização para que todos os
candidatos da oposição possam se candidatar.
A missão —
liderada pelo secretário-geral adjunto do Serviço Europeu de Ação Externa,
Enrique Mora, e pelo diretor-geral para as Américas em exercício, Javier Niño —
estará em Caracas até segunda-feira e não descarta uma reunião com Maduro, além
das planejadas com ministros de seu governo.
Além disso, a
missão tentará apoiar os esforços do candidato presidencial Henrique Capriles,
que negociou diretamente com o governo a favor das recentes libertações de
opositores, e melhorar as condições para que as eleições sejam democráticas o
máximo possível.
A UE deixou
claro que, apesar de seu interesse em enviar uma missão de observação às
eleições, não há condições para fazer isso dentro do prazo planejado.
Um possível
adiamento não é visto como um fim, mas como uma oportunidade de ganhar tempo
para melhorar as condições, levando em conta também a situação sanitária, já
que o pico da pandemia de covid-19 está previsto para chegar à Venezuela em
dezembro.
A visita
diplomática da UE ocorre após a apresentação de um relatório ao Conselho de
Direitos Humanos da ONU, que denunciou execuções extrajudiciais, detenções
arbitrárias, torturas e outros abusos por parte das autoridades venezuelanas.
Da EFE
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