A aposentadoria de Múcio ocorrerá um mês antes das eleições para a presidência da Câmara e do Senado. |
O Palácio do
Planalto foi informado que o presidente do Tribunal de Contas da União, José
Múcio Monteiro, vai antecipar em mais de dois anos sua aposentadoria e deve
deixar o cargo no dia 31 de dezembro. Pela lei, ele só se aposentaria ao
completar 75 anos, em setembro de 2023.
Com isso, o
presidente Jair Bolsonaro terá uma vaga importante para colocar nas negociações
para a sucessão das mesas do Congresso. Isso porque o posto de Múcio é de
indicação da Presidência da República. Ele foi colocado no TCU em 2007 pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A aposentadoria
de Múcio ocorrerá um mês antes das eleições para a presidência da Câmara e do
Senado. Nesse cenário, a escolha do sucessor torna-se um ativo importante para
Bolsonaro influenciar a disputa nas duas Casas.
Tanto que o
governo já analisa a situação sob essa ótica. Nos bastidores, o nome do
vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira, presidente do Republicanos, já
começa a circular como um dos mais fortes para a vaga de Múcio. A avaliação é a
de que sua ascensão ao TCU resolveria parte da disputa pela sucessão de Rodrigo
Maia. O nome indicado pelo presidente precisa ser aprovado pelo Senado.
Nesta
quarta-feira (22), o deputado se reuniu com a bancada evangélica e indicou
disposição em concorrer à presidência da Câmara.
Procurado pela
CNN, Marcos Pereira se disse “honrado” em ser lembrado para uma vaga no TCU,
mas afirmou que “ainda tem muito a contribuir com sua atuação no Legislativo”.
Mas há também
quem opte por um nome estritamente técnico para ajudar o governo com as
fiscalizações do Pró-Brasil. Nesse sentido, circulam os nomes dos ministros
Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da
União).
As sete
cadeiras do TCU são algumas das vagas mais cobiçadas pelo universo político de
Brasília. O salário é alto, assim como o prestígio político que ela dá. O
motivo é que o TCU tem poder de fiscalizar toda a execução dos recursos
públicos federais, o que faz com que seus ministros sejam ponto obrigatório de
passagem de políticos e empresários.
O TCU tem nove
cadeiras, sendo que três são indicações da Presidência da República, sendo uma
de livre nomeação, caso da de Múcio. As outras seis são indicações do
Congresso. A próxima presidente da corte de contas é Ana Arraes, que se
aposenta em julho de 2022. A vaga, porém, é de indicação do Congresso.
Procurado, Múcio disse que de fato avalia essa possibilidade.
Por Caio
Junqueira e Thais Arbex, CNN
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