O
ex-presidente da Fecomércio-RJ Orlando Diniz na sede da
Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio
Foto: Reprodução/
TV Globo
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Segundo o Blog apurou
com advogados e investigadores, as negociações estão avançadas e as informações
da delação preocupam integrantes do Judiciário e advogados.
Diniz foi
preso em fevereiro pela Operação Lava Jato por suspeita de ter
cometidos os crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa.
Ele foi solto em junho beneficiado por uma decisão do ministro Gilmar Mendes,
do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre as
irregularidades investigadas pela Lava Jato estava a contratação de
funcionários fantasmas pelo Sesc e pelo Senac. Um dos casos sob suspeita é de
que uma chef de cozinha do Palácio Guanabara e uma governanta do ex-governador
do Rio Sérgio Cabral tinham seus salários pagos pelas entidades.
Diniz também é
investigado pela PF e pelo MPF por, supostamente, ter contratao escritórios de
advocacia com verba pública federal do Sesc e do Senac ao custo de R$ 180
milhões.
De acordo com
os procuradores da República, o escritório Teixeira, Martins e Advogados
recebeu R$ 68,2 milhões entre 2012 e 2017 da Fecomércio-RJ.
O advogado
Roberto Teixeira não é investigado neste caso, e sim os contratos elaborados
pela Fecomércio-RJ durante a gestão de Orlando Diniz.
O ex-diritente
da Fecomércio-RJ presidiu o Sesc-Rio até dezembro do ano passado, quando foi
afastado do posto por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em razão de
suspeita de irregularidades no comando da entidade.
Os
investigadores afirmam que Diniz usava sua influência política para atrapalhar
a atual gestão da entidade. Ainda segundo o MPF, ele tentou ocultar documentos
e sabotar reuniões do Sesc e o Senac com o objetivo de prejudicar as
investigações.
Procurado
pelo Blog, o advogado Roberto Podval, responsável pela defesa de
Diniz, disse nesta quarta-feira que não tem nenhuma informação sobre a
negociação de delação premiada.
Segundo o MPF,
Orlando Diniz gastou R$ 180 milhões com advogados para se manter controle das
instituições. Entre os escritórios contratados está o de Adriana Ancelmo,
mulher de Sérgio Cabral, por R$ 20 milhões.
O escritório de
Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, o mesmo que defende o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, recebeu mais de R$ 68 milhões. As investigações apontam
ainda que, deste total, R$ 1 milhão foi pago em dinheiro vivo.
Em fevereiro,
após Diniz ser preso, os investigadores questionaram a escolha do escritório de
advocacia e o valor pago, mas ele disse que não se lembrava de quanto havia
pago aos advogados.
Por Andréia Sadi e Vladimir Netto
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