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REUTERS/Maxim Shemetov
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O presidente
russo, Vladimir Putin, repetiu na quarta-feira (28) que as forças de Moscou
cumpriram com o "seu dever" ao capturar três navios da Ucrânia na
costa da Crimeia. Para o chefe do Kremlin, as declarações recentes do líder
ucraniano soam como uma ameaça de “guerra total”.
Para Putin,
Kiev foi o estopim da crise, que teria como objetivo provocar um impacto na
eleição ucraniana, prevista para março de 2019. “Estamos a apenas alguns meses
da eleição presidencial na Ucrânia, e o atual chefe de Estado
está, se não me engano, em quinto lugar nas pesquisas de opinião. Ele deve
fazer alguma coisa para criar obstáculos para seus adversários”, disse o líder
russo durante uma conferência econômica nessa quarta-feira em Moscou.
“Trata-se sem
dúvidas de uma provocação organizada pelo governo ucraniano e por seu
presidente atual. Essa provocação serviu de pretexto para impor a lei marcial”,
continuou, em alusão à medida, que o Parlamento ucraniano votou na
segunda-feira e que entrou em vigor esta quarta-feira.
“Nossos
guardas só cumpriram seu dever militar”, disse Putin
“Aliás,
gostaria de lembrar que foram os marinheiros ucranianos que entraram nas águas territoriais
russas e que não responderam aos avisos de nossa Guarda Costeira. Como
nossos guardas deveriam reagir? Eles apenas cumpriram seu dever militar, que
consiste em proteger a integridade territorial de nosso país”, explicou Putin.
Nesta
quarta-feira, os últimos nove marinheiros capturados pela Rússia que deviam
comparecer diante de um tribunal foram colocados em detenção provisória, até 25
de janeiro, como aconteceu na véspera com outros 15 militares. Uma detenção
"ilegal" e um ato de "barbárie", denunciou Kiev.
A Chancelaria
ucraniana anunciou ter enviado uma nota de protesto ao Ministério russo das
Relações Exteriores considerando que esses homens são "prisioneiros de
guerra" e exigindo a sua libertação "imediata".
Esse foi o
primeiro confronto militar aberto entre Moscou e Kiev desde anexação da Crimeia
em 2014 e o início de um conflito armado no leste da Ucrânia entre forças
ucranianas e separatistas pró-Rússia que deixou mais de 10 mil mortos.
Com
informações do correspondente da RFI em Moscou, Daniel Vallot
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