© @JOHNACHAU John
Allen Chau, missionário cristão
americano
morto por tribo isolada em ilha na Índia
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Autoridades da Índia afirmaram que não devem
continuar as buscas pelo corpo do missionário
americano John Allen Chau, morto por uma tribo isolada que vive na ilha de
Sentinela do Norte, no Oceano Índico, segundo o jornal britânico The
Guardian.
Um antropólogo
envolvido no caso afirmou ao diário que a equipe líder das buscas concluiu
ser impossível resgatar os restos mortais de Chau sem provocar conflitos com os
nativos sentinelas.
“Decidimos não
incomodar os sentinelas”, disse o especialista, que pediu para não ser
identificado. “Não devemos perturbar seus sentimentos. Eles atiram flechas em
qualquer invasor. Essa é a mensagem deles para que as pessoas não se aproximem
da ilha”, completou.
Os sentinelas
formam uma comunidade de caçadores e coletores da ilha indiana, localizada no
arquipélago de Andaman e Nicobar, no Oceano Índico. Nas últimas décadas, toda
tentativa de contato do mundo exterior terminou em hostilidade e rejeição por
parte da tribo, com mais de 30.000 anos de existência no local.
Segundo
estimativas, o grupo é formado por aproximadamente 150 pessoas. Pesquisadores
acreditam que eles são descendentes das primeiras populações humanas que saíram
da África.
Chau, um
evangélico de 27 anos, foi morto pelos nativos depois de entrar ilegalmente em
seu território no último dia 16. Ele pretendia estabelecer contatos para,
depois, evangelizá-los.
A Survival
International, organização de proteção dos povos nativos, já havia pedido às
autoridades indianas que não tentassem montar uma operação para resgatar o
corpo do americano.
Além de
provocar um choque de civilizações, o contato com o mundo exterior poderia ser
fatal para os sentinelas que, tendo evoluído à margem da humanidade, não
possuem sistema imunológico adaptado aos agentes infecciosos trazidos por
intrusos.
“O risco de uma
epidemia mortal de gripe, sarampo ou outra doença externa é real e aumenta com
cada contato desse tipo”, declarou em comunicado Stephen Corry, diretor da
Survival International.
Investigações
A polícia abriu
uma investigação e prendeu sete pessoas, incluindo seis pescadores, acusados
de terem ajudado o viajante americano em seu projeto de chegar na ilha. Os
especialistas excluem sanções contra a tribo.
Chau viajou à
ilha acompanhado dos pescadores para “evitar” as patrulhas na região. Pagou
cerca de 350 dólares para isso.
“Na manhã de 17
de novembro, os pescadores viram uma pessoa morta sendo enterrada na praia que,
pela silhueta, vestimenta e circunstâncias, parecia ser John Allen Chau”,
explicou o diretor-geral da polícia do arquipélago de Andaman, Dependra Pathak.
Os homens
retornaram a Port Blair, capital das Ilhas Andaman, e avisaram ao amigo local
de Chau que, por sua vez, contatou os familiares do familiares nos Estados
Unidos. As autoridades indianas tomaram conhecimento do ocorrido por meio do
consulado americano em Chennai.
Na terça-feira
27, as autoridades fizeram um reconhecimento aéreo da ilha e, nesta
quarta-feira, uma delegação de altos comandantes viajou para a região em uma
embarcação para tentar identificar o local onde estaria o corpo.
Missionário
Embora o caso
tenha desencadeado uma tempestade de críticas, uma parte do mundo evangélico
americano transformou o jovem em um “mártir”. Segundo eles, a sua morte faz
parte da longa lista de missionários assassinados durante séculos em suas ações
para disseminar o Cristianismo.
Em um
comunicado publicado no perfil da vítima no Instagram, sua família “perdoou” os
responsáveis pela morte e pediu a libertação dos detidos em Andaman, já que
Chau viajou “por vontade própria”.
Em sua conta na
rede social, o jovem refletia a imagem de um aventureiro. Mas seu diário de
bordo, que manteve até as suas últimas horas, revelou que sua aventura foi
preparada por um longo tempo e secretamente, “em nome de Deus”.
No ano passado,
ele se juntou à organização de missionários All Nations, que lhe forneceu
treinamento.
(Com AFP e
EFE)
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