No domingo
(25), Rússia capturou três barcos ucranianos e feriu vários tripulantes no
estreito de Kerch.
O presidente da
Ucrânia disse ter esperança de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte
(Otan) envie embarcações ao mar de Azov após o incidente de domingo (25) quando
a Rússia capturou três barcos ucranianos e feriu vários tripulantes no estreito
de Kerch. O Kremlin criticou a declaração.
"A
Alemanha é um de nossos aliados mais próximos e esperamos que dentro da Otan
tenha agora Estados dispostos a enviar navios militares ao mar de Azov para
apoiar a Ucrânia e garantir a segurança", disse Poroshenko ao jornal
alemão “Bild”.
"Não
podemos tolerar esta política agressiva da Rússia. Primeiro foi a Crimeia,
depois o leste da Ucrânia, agora quer o mar de Azov. A Alemanha também deve se
perguntar qual a próximo atitude de Putin se não o frearmos", advertiu o
presidente ucraniano.
Poroshenko
afirmou ainda que o único idioma que o presidente Putin entende "é o da
unidade do mundo ocidental". Por isso, para o chefe de estado ucraniano,
"o mundo deve falar com uma só voz", ressaltando a necessidade
imediata de sanções adicionais "tendo em vista a incrível agressão
russa".
Reação
ucraniana
Poroshenko
declarou que tem tentado entrar em contato com Putin por telefone desde domingo
para pedir a abertura de negociações. "Mas é igual a 2014, 2015 e 2016.
Sempre quando
as tropas de Putin atacam a Ucrânia, deixa de se comunicar", criticou. O
chefe de estado disse ter poucas esperanças de que a Rússia ponha fim às
agressões.
Poroshenko
afirmou que reagiu à apreensão das embarcações ucranianas decertando a lei
marcial em algumas regiões, “porque temos que proteger nosso país”.
"É como
já aconteceu em 2014: Putin quer anexar mais uma parte da Ucrânia, se comporta
exatamente como na época [do império russo]", afirmou.
Mapa mostra
trajeto das embarcações da Ucrânia atacadas
por navios
da Rússia — Foto: Fernanda Garrafiel/G1
|
Na avaliação do
presidente ucraniano, "Putin quer o antigo império russo outra vez". "Crimeia,
Donbass, quer todo o país. Como imperador russo como se vê, seu império não
pode funcionar sem a Ucrânia, nos vê como uma colônia. Já queria isso no início
do conflito e continua querendo.”
Portos
bloqueados
A Ucrania
afirmou nesta quinta que a Rússia bloquea os portos ucranianos de Berdiansk e
Marioupol, no mar de Azov. O ministro ucraniano das infraestruturas, Volodimir
Omelian, afirmou que mais de 30 embarcações foram impedidas de navegar.
Apenas os
navios que iam em direção aos portos russos puderam passar pelo estreito de
Kerch, de acordo com relato da Rádio França Internacional (RFI).
Dezoito barcos
aguardam no mar Negro a autorização para entrar no mar de Azov - quatro
deveriam atingir o porto de Berdiansk e 14 o porto de Marioupol. Outros nove
navios aguardam a autorização para deixar a região.
Incidente no
estreito de Kerch
O incidente
entre a Guarda Costeira russa e os navios ucranianos aconteceu no domingo (25)
no Mar Negro, quando as embarcações tentavam entrar no estreito de Kerch para
chegar ao Mar de Azov - uma rota marítima crucial para as exportações de
cereais ou aço produzidos no leste da Ucrânia.
A Rússia acusou
os navios ucranianos - que tentavam ir do porto de Odessa, no mar Negro, para
Mariupol, no de Azov - de entrarem ilegalmente em suas águas.
A agência russa
de inteligência FSB (antiga KGB) havia temporariamente fechado a área para
cargueiros e colocou um navio sob a ponte rodoviária que atravessa o Estreito
de Kerch (construída pela Rússia após a anexação da Crimeia).
Antes de
capturar os navios, a Rússia abriu fogo contra as embarcações. Moscou diz que
três ucranianos ficaram feridos, mas Kiev fala que seis se feriram. Entre eles,
está um agente de contrainteligência militar da Ucrânia, segundo o serviço
estatal de segurança da Ucrânia (SBU).
A Rússia
classificou o incidente de "provocação" enquanto que a Ucrânia o
denunciou um "ato de agressão".
Por G1
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!