© Fabio
Rodrigues-Pozzebom/ Agencia Brasil Governo
Bolsonaro
terá base popular e tempo, diz Dirceu
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O ex-ministro
José Dirceu afirmou, na noite desta segunda-feira (12), que o governo do
presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), terá base popular e tempo pela frente.
Ao discursar
para um público de apoiadores, durante o lançamento de seu livro de memórias, o
ex-ministro disse ainda que Bolsonaro avançou sobre a base da qual o PT se
afastou durante seus quatro mandatos.
"Não se
iludam. Esse governo tem base popular".
Ao fazer uma
análise do cenário político, Dirceu perguntou onde o PT estava quando o filho de
uma mulher pobre chegava em casa sob efeito de drogas ou em momentos igualmente
trágicos na vida do brasileiro.
"Em 13
anos e meio [de vida institucional], nos afastamos do dia a dia do povo".
Ainda que chame
de heroico o desempenho de Fernando Haddad na disputa presidencial, Dirceu fez
uma crítica ao PT ao comentar o impacto das fake news no resultado eleitoral.
"Eles só chegaram lá [no eleitor] porque não estávamos lá onde eles
chegaram", reconheceu.
Um dos
fundadores do PT, lembrou que o discurso anti-corrupção deu suporte a momentos
históricos, como o golpe de 64, o suicídio de Getúlio Vargas e a eleição de
Fernando Collor de Mello. E que o PT precisa se defender, lembrando que são
raros os casos de petistas que enriqueceram na política.
"Digo isso
não porque não se tem que combater nem que nós não tenhamos que reconhecer
nossos erros", ressaltou.
Cercado de
apoiadores, Dirceu frisou que a esquerda conta com uma militância cultural e
intelectualmente preparada para a defesa da democracia.
"Querem
nos impor o medo. Se fosse por medo não teríamos derrotado a ditadura",
discursou ele.
Mas admitiu:
"Estamos numa defensiva. Fomos derrotados. Precisamos de sabedoria
política".
Condenado a 30
anos e nove meses de prisão pela Lava Jato, Dirceu -que responde ao processo em
liberdade- encerrou seu discurso político pregando a campanha pela anulação da
pena aplicada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele pregou a
fixação de um programa mínimo de comunhão dos partidos de esquerda.
"Quer
fazer um bloco, faça. Não quer fazer uma frente, não faça. Agora, vamos ter um
programa mínimo. Suponho que esse programa mínimo é oposição ao governo, defesa
da democracia, da soberania nacional e de reformas políticas, estruturais,
sociais e econômicas que levem à distribuição de renda, da riqueza e do poder
cultural e formação nesse país", afirmou.
Ele disse que
os demais partidos de esquerda não deveriam apostar na ideia de que a prisão de
Lula abrirá um caminho à rampa do Palácio do Planalto.
"Não se
iludam os outros. Lula é o primeiro interditado".
Com informações
da Folhapress.
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