Youtuber
Luís Miranda foi eleito deputado federal
pelo DF —
Foto: Arquivo pessoal
|
Luís Miranda
teve 65.107 votos e ficou em 6º lugar na disputa pela Câmara dos Deputados.
Brasileiro ficou famoso na internet por dar dicas de como empreender nos EUA.
Famoso por dar
dicas na internet de como empreender nos Estados Unidos, o youtuber brasiliense
Luís Miranda, de 34 anos, conseguiu
se eleger à Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal. O novo
parlamentar é filiado ao Democratas (DEM) e obteve 65.107 votos. Ele terminou
em 6º lugar na disputa por uma vaga no Congresso Nacional.
Luís Miranda se
mudou para Miami em 2014, antes da Copa do Mundo. Em entrevista ao G1,
disse que o governo colocou um "elefante branco" no centro de
Brasília e que ele não conseguiu ficar no país vendo os gastos com o Mundial
"enquanto a população sofria".
Miranda se
refere ao Estádio
Nacional Mané Garrincha, a arena mais cara do Brasil, com custo
estimado em R$ 1,7 bilhão.
Durante quatro
anos em solo americano, Luís Miranda trabalhou com compra e venda de imóveis e
de carros. Nesse período, gravou vídeos para as redes sociais mostrando, por
exemplo, formas de empreender e conseguir o visto de permanência nos EUA.
As publicações
renderam ao youtuber a marca de 700 mil pessoas inscritas no canal dele. Com a
repercussão, Miranda decidiu voltar para o Brasil na tentativa de “trazer
propostas do presidente dos EUA, Donald Trump, para o DF e o resto do país”.
Durante o horário eleitoral gratuito, ele posava ao lado de uma bandeira
americana.
“O que fez a
diferença na minha vida lá foi a reforma tributária que o Donald Trump aplicou.
Não fiz nada de especial e o meu patrimônio aumentou de 1,5 milhão para 7,5
milhões de dólares.”
O eixo central
da proposta
de Trump é a redução dos impostos cobrados das empresas. A reforma
também simplificou o pagamento de impostos de pessoas físicas, reduzindo as
faixas de cobrança de sete para quatro: 12%, 25%, 35% e 39,6%.
Após saber do
resultado das urnas, Luís Miranda respondeu, nas redes sociais, a um comentário
de uma eleitora que pediu que ele fosse o “Trump da Câmara dos Deputados”:
“Pode ter
certeza que projetos como os meus eles nunca viram e já estou contando com o
apoio de várias pessoas que querem trazer o conceito americano de prosperidade
para o nosso amado Brasil”, respondeu.
‘Resultado
aquém do esperado’
Estreante na
política, o novo parlamentar afirmou que os 65.107 votos conquistados
representam um “resultado aquém do esperado”. Segundo ele, a previsão era
conseguir 150 mil.
O youtuber
Luís Miranda posa ao lado da família
Foto:
Arquivo pessoal
|
Ao G1, ele atribuiu o “baixo desempenho”
ao fato de o Facebook – uma de suas maiores plataformas – ter bloqueado o
impulsionamento dos posts durante 15 dias. A reportagem tenta contato com o
Facebook.
“O Facebook
parou de enviar as minhas publicações. Tive que trabalhar 20 horas por dia.
Estava dormindo somente por duas horas para conseguir me apresentar aos
eleitores do DF.”
Domicílio
eleitoral
Mesmo exaltando
os “benefícios” de morar nos EUA, Luís Miranda não abriu mão de uma casa na
região do Guará, no Distrito Federal. Para concorrer a uma vaga na Câmara dos
Deputados, ele precisou comprovar à Justiça Eleitoral domicílio em Brasília.
O youtuber,
agora deputado federal, desembarcou no Brasil em 12 de setembro para percorrer
o DF em busca de votos. Ele diz que, ao longo da campanha, acabou decidindo
permanecer no país.
"Minha
esposa não aguentou a saudade, tirou as crianças da escola, entrou em um avião
e veio embora. Agora, voltamos de vez para Brasília.”
À reportagem,
ele contou que deverá ir aos EUA de três em três meses para monitorar os
negócios. De acordo com o artigo 55 da Constituição Brasileira, os deputados e
senadores podem perder o mandato caso deixem de comparecer "à terça parte
das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por
esta autorizada".
O Ministério
Público chegou a questionar a candidatura de Luís Miranda argumentando que ele
tinha sido condenado por crime contra a administração. O Tribunal Regional
Eleitoral do DF (TRE), no entanto, aprovou que ele concorresse. O G1 ainda não obteve detalhes
sobre o processo.
Por Letícia Carvalho, G1 DF
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