Filha mais
velha do ex-presidente Alberto Fujimori e outras 19 pessoas foram presas na
semana passada por suspeita de lavagem de dinheiro.
A Justiça do
Peru aceitou os recursos apresentados pela defesa da líder opositora Keiko
Fujimori e determinou na noite desta quarta-feira (18) a imediata libertação da
filha mais velha do ex-presidente Alberto Fujimori. Ela deixou o tribunal, em
Lima, logo após a decisão.
Ela e outras 19
pessoas foram detidas na semana passada durante uma investigação sobre corrupção e lavagem de
dinheiro para financiamento do partido Força Popular que envolve a construtora
Odebrecht.
A Segunda
Câmara de Recurso do Tribunal Penal Nacional, também por decisão unânime,
ordenou a anulação da prisão provisória e a imediata libertação de outros cinco
detidos, entre eles os ex-ministros fujimoristas Jaime Yoshiyama e Augusto
Bedoya. Outras 14 pessoas detidas na mesma investigação também foram
beneficiadas pela decisão.
O juiz que
presidiu o Tribunal Penal Nacional, César Octavio Sahuanay, argumentou que na
decisão do juiz Richard Concepción Carhuancho, que determinou a prisão do
grupo, "o magistrado não acrescenta ideias sobre as apresentadas pela
Promotoria".
"Houve uma
nulidade insuperável, esta sala quer deixar claro que onde o juiz não motiva a
declaração fiscal, isso leva à nulidade", afirmou.
De acordo com o
Tribunal, Carhuancho incluiu na sua resolução "apenas uma base fiscal, não
judicial".
No entanto, a
Segunda Câmara de Recurso não entrou para avaliar os argumentos da Promotoria,
nem o fundo dos mesmos e deixou ao Ministério Público o direito de apresentar
seu pedido de detenção diante de um novo tribunal que não seja dirigido pelo
juiz Carhuancho.
A resolução foi
recebida com choro de alegria por Keiko Fujimori, que participou da audiência
ao lado de outros três detidos.
Em seu discurso
perante a corte, Keiko pediu que fosse libertada por considerar que a detenção
era "uma clara violação" do devido processo legal e de sua presunção
de inocência.
A Promotoria
investiga Keiko Fujimori e o partido Força Popular por suposto lavagem de
dinheiro na campanha para as eleições presidenciais de 2011, ao supostamente
disfarçar as grandes doações de dinheiro cujo origem pode ser ilícita.
Nesse
financiamento irregular, pode estar US$ 1 milhão que a Odebrecht afirmou ter
entregue para apoiar a candidatura de Keiko Fujimori à Presidência do Peru -
disputa que ela perdeu para
Ollanta Humala.
Keiko Fujimori
foi a candidata mais votada no primeiro turno das eleições presidenciais no
Peru em 2016, mas acabou perdendo
no segundo turno para Pedro Pablo Kuczynski, conhecido como PPK, que já
renunciou ao cargo.
O pai de Keiko,
o ex-presidente Alberto Fujimori, foi preso por corrupção e por violação dos
direitos humanos, mas foi solto por um indulto concedido por PPK para tentar se
manter no poder quando sofria um processo de impeachment.
Recentemente, um juiz anulou o indulto e ordenou a volta de
Alberto Fujimori para a prisão. Hospitalizado, ele fez um vídeo dizendo
que seu "coração não
aguentaria" se voltasse a ser preso.
Por Agencia EFE
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