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Images/AFP/F. Parra Maduro ao lado de militares: presidente
diz que
imperialistas americanos estão tentado tirá-lo do poder
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Segundo
reportagem do "The New York Times", funcionários do governo Trump
participaram de reuniões secretas com militares rebeldes que pediram apoio a
Washington para derrubar Maduro.
O governo do
presidente americano, Donald Trump, participou de reuniões secretas com
militares rebeldes da Venezuela para discutir planos de derrubar o presidente
Nicolás Maduro, afirma reportagem do The New York Times publicada
neste sábado (08/09).
As reuniões
teriam sido realizadas ao longo do último ano, segundo 11 funcionários e
ex-funcionários do governo dos Estados Unidos e um ex-comandante militar
venezuelano ouvidos pelo jornal.
Estabelecer um
canal com articuladores do golpe na Venezuela foi uma manobra arriscada para
Washington, considerando seu histórico de intervenções clandestinas na América
Latina, diz a reportagem.
"Muitos na
região ainda se ressentem profundamente dos Estados Unidos por seu apoio a
rebeliões, golpes e conspirações anteriores em países como Cuba, Nicarágua,
Brasil e Chile, e por fechar os olhos para abusos cometidos por regimes
militares durante a Guerra Fria", aponta o texto.
Os altos
funcionários de Washington teriam decidido que, diante da crise humanitária na
Venezuela, valia a pena ouvir o que os militares que planejavam derrubar Maduro
tinham a dizer, apesar dos riscos.
De acordo com
o The New York Times, um dos comandantes venezuelanos que
participaram das conversas secretas está na lista de funcionários venezuelanos
corruptos sancionados pelos EUA. Assim como outros membros do aparato de
segurança da Venezuela, o militar em questão foi acusado por Washington de
crimes que vão de tortura a tráfico de drogas e colaboração com as Forças Armas
Revolucionárias da Colômbia (FARC), organização que os Estados Unidos
classificam de terrorista.
Numa série de
reuniões, realizadas a partir do segundo semestre do ano passado, militares
venezuelanos teriam pedido apoio ao governo americano, solicitando que lhes
fornecesse rádios criptografados para que eles pudessem se comunicar de maneira
segura.
O governo
americano não forneceu apoio material e, por fim, acabou decidindo não ajudar
os conspiradores. Segundo o ex-comandante venezuelano ouvido pelo The
New York Times, os rebeldes nunca pediram aos americanos que realizassem
uma intervenção militar na Venezuela.
Apesar de não
ter apoiado os planos de golpe, a disposição de Washington de se reunir várias
vezes com articuladores venezuelanos pode sair pela culatra, diz a reportagem.
Em meio à grave
crise política e econômica que assola a Venezuela, Maduro lançou mão repetidas
vezes da tese de que imperialistas americanos estão tentando tirá-lo do poder.
Agora, as reuniões secretas podem lhe servir de munição.
Tensão EUA x
Venezuela
As relações
entre Estados Unidos e Venezuela vivem um clima de tensão há anos. Depois que
Trump assumiu a Casa Branca, Washington anunciou uma série de medidas
restritivas contra a Venezuela, incluindo sanções econômicas diretas contra
Maduro e altos funcionários do governo do país.
Em agosto do
ano passado, Trump declarou não descartar uma "opção militar" como
resposta à crise na Venezuela, afirmando que o país vivia uma "bagunça
perigosa". As declarações foram condenadas por aliados na região, mas
teriam estimulado militares venezuelanos rebeldes a procurar Washington.
Em julho deste
ano, a imprensa americana noticiou que, em reunião com membros de seu gabinete
em 2017, Trump sugeriu a possibilidade de invadir a Venezuela, alegando
questões de segurança nacional.
Antes disso, em
fevereiro, o então secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou que
um golpe militar poderia ser uma das possíveis soluções para o fim do regime de
Maduro na Venezuela, destacando, no entanto, que Washington preferia uma
"transição pacífica" no país assolado por uma crise humanitária.
Uma queda nos
preços do petróleo, principal produto de exportação da Venezuela, e anos de má
administração contribuíram para a violenta crise econômica que o país enfrenta,
com a população sofrendo com a escassez de bens básicos, como alimentos e
medicamentos. Em julho deste ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou
que a inflação anual do país pode chegar a 1 milhão por cento.
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