Prefeitura
disse que encara "com tranquilidade" sessão
extraordinária
na Câmara que pode debater impeachment
de Marcelo
Crivella (Foto: Patrícia Teixeira/G1)
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Sessão
extraordinária que interrompe recesso parlamentar foi marcada para a próxima
quinta-feira (12). Partidos contrários ao prefeito admitem dificuldade de
aprovação e medem "calor das ruas".
A aprovação de
uma sessão extraordinária para interromper o recesso parlamentar da Câmara
Municipal do Rio e discutir um possível impeachment do prefeito, obtida com as
17 assinaturas recolhidas na tarde de terça (10) na Casa, foi só o primeiro
passo de uma cruzada da oposição parlamentar em sua batalha contra Marcelo
Crivella (PRB).
De acordo com a
presidência da Casa, a Procuradoria ainda analisa se a admissibilidade do
impeachment deve ser votada nesta quinta (12). A decisão cabe ao presidente da
Câmara, Jorge Felippe (MDB).
De qualquer
forma, mesmo se o pedido for votado, a oposição precisaria duplicar o número de
apoiadores em praticamente 48h. Isso porque a admissibilidade do impeachment
necessita de 34 votos: exatamente o dobro do número de signatários do pedido de
interrupção do recesso.
O G1 ouviu
membros da oposição, que reconhecem a tarefa "muito difícil", e da
base do governo, que desejam uma "vitória sólida" para fortalecer a
Prefeitura apesar do momento de "fragilidade", nas palavras dos
próprios aliados. Estes consideram o impeachment irrealizável.
"Não só
porque faltam 48 horas. Mesmo que fosse até o fim do governo, não
conseguiriam", ironiza um importante membro do governo Crivella, na
condição de anonimato.
A ideia, diz
ele, é lotar o plenário com deputados favoráveis a Crivella para mostrar a
força do governo. Mas o aliado reconhece que nem todos os 51 parlamentares
devem aparecer em meio às férias. Os faltosos serão penalizados com a perda dos
vencimentos equivalente a um dia de trabalho.
"Muitos
estão viajando, mas acredito que tenhamos por volta de 30 votos. Queremos uma
vitória sólida, enfrentar de frente".
Já Tarcísio
Motta, do PSOL, não acredita que o governo tenha facilidade. "Na votação
da Previdência, eles conseguiram 28 votos contra 20. A margem do governo foi
pequena. A base está enfraquecida".
Para seus
correligionários, a votação vai depender também do "calor das ruas".
Em entrevista coletiva na terça-feira, eles pediram várias vezes para que a
sociedade civil participe da sessão na quinta e prometeram marcar atos em redes
sociais.
David Miranda,
também do PSOL, disse que vai pedir para que todos os vereadores - e não
somente os que votarem pelo impeachment - defendam seu voto no púlpito. Um
outro parlamentar diz que a intenção é deixar "constrangidos" aqueles
que defendam as atitudes do Executivo vistas como impopulares.
Plenário
cheio ou plenário vazio?
Em um primeiro
momento, os signatários do pedido de sessão extraordinária chegaram a temer um
arquivamento-relâmpago. Segundo esta hipótese, a sessão poderia ficar esvaziada
somente com os 17 que assinaram o documento. Sem os 34 participantes
necessários na sessão, a questão seria "enterrada" em minutos.
Por conta
disso, um dos vereadores da oposição não descarta nem mesmo a possibilidade de
evitar a votação. Ele se baseia no próprio requerimento assinado pelos 17
vereadores, que não cita nominalmente o impeachment. Fala em "apreciação
de possível infração político-administrativa e crime de responsabilidade".
Na noite de
terça, o governo informou que recebia a notícia da sessão extraordinária com
"muita tranquilidade". "Hoje cedo, inclusive, o prefeito Marcelo
Crivella aconselhou sua base a abrir um pedido de mesmo teor àquele apresentado
pela oposição".
O G1 entrou em
contato com a Câmara para saber se o tal pedido já foi protocolado, mas não
obteve resposta até esta publicação. A reportagem também questionou à
presidência da Casa se, caso um novo pedido seja protocolado, qual será
colocado em discussão, mas não obteve resposta.
Por Gabriel Barreira, G1 Rio
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