CNN afirma que
possibilidade foi rejeitada por assessores do presidente americano e por
líderes latino-americanos.
O presidente
venezuelano, Nicolás Maduro, pediu na quarta-feira (4) que os militares do país
"não baixem a guarda", após a imprensa americana informar que em
2017, o presidente americano, Donald Trump, avaliou a possibilidade de invadir
a Venezuela.
"Não podem baixar
a guarda nem por um segundo, porque defenderemos o maior direito de nossa
pátria em toda a sua história (...), que é viver em paz", disse Maduro em
uma cerimônia de promoção de generais e almirantes.
Maduro citou
informações da mídia dos Estados Unidos segundo as quais Trump perguntou, em
agosto passado, a vários assessores de política externa sobre a viabilidade de
invadir a Venezuela.
Segurança nacional
Segundo a rede de
televisão americana CNN, a possibilidade foi evocada durante uma reunião sobre
as sanções que Washington adotou contra o governo Maduro. O motivo alegado por
Trump foi a segurança nacional.
Embora não tenham sido
revelados detalhes sobre essas conversas, a mídia americana indicou quem estava
presente na reunião, como o secretário de Estado, Rex Tillerson, e o assessor
de segurança nacional da Casa Branca, H.R. McMaster, que já não fazem parte do
Executivo.
"Os assessores de
Trump rejeitaram vigorosamente a ideia, assim como vários líderes
latino-americanos, que teriam dito ao presidente que não queriam ver uma
invasão americana", revelou a CNN.
Reservas de petróleo
Maduro declarou que as
revelações da mídia americana provam a veracidade de suas denúncias de que
Washington planeja atacar militarmente a Venezuela para se apoderar de suas
vastas reservas de petróleo. "É claro que não é uma coincidência",
disse o líder.
Por isso, o presidente
venezuelano frisou que seus soldados estão mobilizados. "Nossas Forças
Armadas (...) têm a responsabilidade de estarem preparadas para defender o
território nacional sob qualquer condição que nos toque defendê-lo",
declarou.
Já o presidente da
Assembleia Nacional Constituinte, que regem Venezuela desde agosto de 2017,
Diosdado Cabello, anunciou uma investigação por "traição à pátria"
contra opositores que, segundo ele, "pediram uma intervenção militar
americana".
'Perigosa confusão'
Essa não foi a
primeira vez que Trump evocou a possibilidade de uma invasão da Venezuela. Em
agosto do ano passado, o presidente americano provocou uma revolta na América
Latina ao mencionar uma "opção militar" contra Caracas, ao conversar
com jornalistas em Bedminster, Nova Jersey, onde passava suas férias.
Segundo o republicano,
seu objetivo era resolver uma "perigosa confusão" na Venezuela. Na
época, o país estava imerso em uma onda de protestos contra o governo de
Maduro, que deixou mais de 120 mortos.
"Nenhuma ação
militar está prevista para um futuro próximo", garantiu a Casa Branca por
meio de um comunicado, logo após a polêmica.
Por RFI
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