© Divulgação ENIO
VERRI
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Um dos acusados
de envolvimento com a organização criminosa que desviava recursos públicos na
liberação de empréstimos do FI-FGTS, segundo a investigação da Polícia Federal,
era o vice-presidente de Gestão de Ativos e Terceiros da Caixa, Marcos Roberto
Vasconcelos. Ele exercia função essencial para a liberação de dinheiro para a
quadrilha comandada pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-presidente da
Câmara, Eduardo Cunha. Marcos Roberto poderia ter sido expurgado do serviço
público ainda no início de 2016, quando o nome dele foi citado no relatório
final da CPI dos Fundos de Pensão da Câmara dos Deputados. Mas ele recebeu uma
ajuda providencial para permanecer no cargo até setembro.
Mensagens de
celular recuperadas pela Polícia Federal mostram que coube ao então presidente
do PT no Paraná, o deputado federal Enio Verri, ajudar a retirar o nome de
Marcos Roberto do relatório final da CPI. No dia 13 de abril de 2016, Marcos
Roberto enviou uma mensagem ao parlamentar perguntando se ainda havia tempo
para alterar o relatório da CPI. “Enio diz que sim”, diz um relatório da
Delegacia de Inquéritos Especiais da Polícia Federal, ao qual VEJA teve acesso.
No documento da CPI, Marcos Roberto era uma das pessoas responsabilizadas pelo
prejuízo causado ao patrimônio do Funcef, o fundo de pensão da Caixa. A CPI
havia decidido encaminhar ao Ministério Público Federal um pedido para propor
ação penal para responsabilizar o servidor por má administração dos recursos
públicos.
No dia 14 de
abril do ano passado, dois dias após fazer o pedido ao deputado petista, Marcos
Roberto envia mensagem à então presidente da Caixa, Míriam Belchior, informando
que poderia retirar o nome do banco e seu próprio nome do relatório da CPI. No
mesmo dia, Marcos recebeu mensagem de uma pessoa chamada Duncan, informando que
“Erica pediu a retirada” do nome dele do relatório. “Erica teria dito a Duncan
que o relator (da CPI) havia feito um acordo com Enio”, diz o relatório da PF.
No dia 20, um dia após a divulgação da última versão do relatório final,
Marcos Roberto agradece a Duncan “por seu nome ter sido retirado da nova
versão do relatório (da CPI)”. A PF não identifica quem seriam Duncan e
Érica.
Em seu
depoimento, Marcos Roberto negou que fosse ligado ao PT, como suspeita a
polícia. Ele, porém, informou ter trabalhado na prefeitura de Maringá, entre
janeiro de 2001 e março de 2002, a convite do então secretário da Fazenda da
Prefeitura, o petista Enio Verri.
O deputado Enio
Verri admite que trocou diversas mensagens de celular com Marcos Roberto
Vasconcelos. “Ele é meu colega do departamento de Economia da Universidade de
Maringá”, diz o parlamentar. Mas Enio Verri nega que tenha ajudado a retirar o
nome do colega do relatório final da CPI dos Fundos de Pensão. “Eu era apenas
um membro da comissão. Eu não era o coordenador da bancada (do PT)”, diz Enio
Verri.
Veja.com
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