© Folhapress O
senador Aloysio Nunes Ferreira Filho
(PSDB-SP),
no estúdio do Grupo Folha, em Brasília (DF) – 13/05/2013
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O ministro das
Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), admitiu em
declarações à Polícia Federal ter pedido doações para a campanha eleitoral de
2010 à Odebrecht e assumiu ainda ter se reunido no Palácio dos
Bandeirantes com o delatorCarlos Armando Paschoal, o ‘CAP’, que o acusa
de receber R$ 500 mil em caixa 2, por meio de dois repasses, segundo reportagem
do jornal O Estado de S.Paulo.
O depoimento,
no dia 3 de maio, se deu no âmbito do inquérito 4428/DF, que o investiga por
suposto favorecimento da empreiteira em obras do Rodoanel, em São Paulo. O
tucano nega que nos encontros tenham sido tratadas irregularidades. O relator
do caso no Supremo Tribunal Federal é o ministro Gilmar Mendes.
No último dia
24, a procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu que
Aloysio seja reinquirido no inquérito 4428/DF, inclusive sobre quem o tucano
apresentou a Paschoal, o ‘CAP’, delator ligado à Odebrecht e apontado como
pagador de propinas da empreiteira.
Benedicto
Júnior, o ‘BJ’, ex-presidente da Construtora Norberto Odebrecht,
afirmou que os dois repasses a Aloysio se deram na campanha do tucano ao
Senado, em 2010.
‘BJ’ diz ter
sido procurado naquele ano por Paschoal, o ‘CAP’, responsável por demandas da
Odebrecht em São Paulo, com a solicitação do pagamento a Aloysio Nunes.
‘CAP’ é um dos
77 executivos da empreiteira que fecharam acordo de delação premiada com a
Procuradoria-Geral da República.
“O Carlos
ponderou que ele era uma pessoa proeminente do PSDB em São Paulo e que a
companhia deveria fazer a doação. Eu autorizei”, diz ‘BJ’. O delator diz que
não tem ciência de demandas levadas a Aloysio Nunes pela empreiteira.
Carlos Armando
Paschoal, no entanto, relata na delação que, na época em que foi procurado por
Aloysio – então chefe da Casa Civil do governo de São Paulo –, a Odebrecht
estava em negociações com a Dersa sobre aditivos contratuais na obra do
Rodoanel.
A Dersa
(Desenvolvimento Rodoviário S/A) é uma empresa de economia mista, controlada
pelo Estado de São Paulo.
Aloysio Nunes
afirmou à PF que, na época em que ocupava a chefia da Casa Civil, no governo
José Serra (2007/2010), foi procurado por ‘CAP’ para tratar de assuntos
relacionados à obra do Rodoanel Sul e que ‘não sabe precisar quantas vezes se
encontrou (com o delator) no Palácio dos Bandeirantes’.
O tucano relata
que ‘iniciou a arrecadação de recursos para sua campanha de 2010, cujo
coordenador financeiro era Rubens Rizek, responsável por procurar ‘possíveis
doadores, pessoas físicas e jurídicas’ para arrecadar recursos.
O ministro
afirma que entre as diversas empresas que procurou, uma delas é a Odebrecht.
Aloysio diz ter se reunido com representantes da Odebrecht em seu comitê eleitoral,
mas diz não ter solicitado valores específicos.
Aloysio alega
ter se encontrado também com outros empresários para tratar da obra que,
segundo ele, teve vários problemas em razão de sua ‘alta complexidade’ e de
problemas financeiros causados por desapropriações, questões ambientais, e o
regime jurídico dos contratos.
VEJA.com
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