© Fabio
Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil O senador Tasso
Jereissati (CE) defendeu publicamente a
renúncia e disse que
o mineiro
não tem condições de permanecer no posto
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A volta de
Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado foi marcada pela pressão de uma ala de seu
partido para que ele deixe definitivamente a presidência da sigla, da qual está
licenciado desde maio.
Acusado de
corrupção passiva e obstrução da Justiça, Aécio foi gravado por Joesley
Batista, da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões. Por esse motivo, teve o afastamento
do mandato decretado pela Justiça e revertido pelo plenário do Senado na
terça-feira (18).
O presidente
interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), defendeu publicamente a
renúncia e disse que o mineiro não tem condições de permanecer no posto.
"Agora ele não tem condições, dentro das circunstâncias em que está, de
ficar como presidente do partido. Nós precisamos ter uma solução definitiva e
não provisória".
Tasso já
defendeu outras vezes a renúncia do senador mineiro. Mas o assunto foi adiado
até dezembro, para quando está prevista uma convenção nacional. O novo revés da
Justiça, contudo, reacendeu o tema.
A bancada de
senadores do PSDB se reuniu na noite desta quarta para discutir o futuro do
partido. Até a conclusão desta edição, nada havia sido decidido.
Aécio deixou a
reunião sem falar com a imprensa.
Outro a
defender a saída do mineiro foi Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), vice-presidente do
Senado.
Alguns tucanos
disseram esperar um gesto voluntário de Aécio, de abrir mão do cargo. Avaliam
que o partido já se expôs muito na terça, ao votar em peso pela liberação do
senador. E que, agora, é hora de ele retribuir o sacrifício da bancada.
Os dez
senadores do PSDB votaram nesse sentido, numa sessão com voto aberto. Só
Ricardo Ferraço (ES), que está no exterior, e o próprio senador mineiro não
votaram.
Incomodado com
o resultado, Ferraço disse que a decisão do Senado foi um "deboche" e
anunciou que se licenciará do mandato até 15 de dezembro.
Tasso disse
ainda que a decisão tomada na terça pelo plenário do Senado foi "mal
interpretada" e defendeu o prosseguimento das investigações contra o
tucano.
"A decisão
da maioria foi mal interpretada. No meu entender, [a decisão] é de dar ao
senador Aécio Neves o que ele não teve até agora, que é o direito de
defesa", disse.
Afirmou ainda
que o mineiro terá de responder a um processo no Conselho de Ética do Senado e
às investigações no Supremo.
'AMPLA DEFESA'
A executiva
nacional do PSDB também divulgou nota na tarde desta quarta dizendo que os
votos da bancada em favor de Aécio "não implicam de forma nenhuma um juízo
de valor sobre as atitudes do senador".
De acordo com a
mensagem, os votos de tucanos favoráveis a Aécio se devem "única e
exclusivamente à nossa convicção de que todo e qualquer cidadão tem direito à
ampla defesa e ao contraditório, princípios básicos do Estado Democrático de
Direito".
O texto diz
ainda que a decisão de modificar a determinação da Justiça "muito menos
pode ser entendida como parte de qualquer acordo relacionado à votação da
denúncia contra o presidente da República na Câmara dos Deputados".
Tasso negou que
o partido vá retribuir na Câmara o apoio dado pelo PMDB a Aécio na terça.
Ele tem
defendido que o partido vote de forma dura sobre a denúncia contra o presidente
Michel Temer pelos crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa. O
caso está em análise na Câmara. Com informações da Folhapress.
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