Levantamento
exclusivo mostra rota do tráfico
de armas para o Rio. Reprodução
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Ciudad Del
Este, Salto Del Guairá, Capitán Bado e Pedro Juan Caballero, no Paraguai,
abastecem o mercado ilegal de armas no Rio.
O arsenal de
armas de guerra em poder dos criminosos já é maior do que o das forças de
segurança do Estado, segundo as autoridades. Só esse ano a polícia apreendeu
mais de 300 fuzis, que são usados por traficantes de todas as facções para
controlar territórios.
Apenas durante
uma apreensão no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, foram descobertos
60 fuzis dentro de aquecedores de piscina que vinham de Miami, nos Estados
Unidos, para o Rio.
De acordo com o
Setor de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal, quatro cidades no Paraguai
abastecem o mercado ilegal de armas no Rio e, a partir dessas informações, foi
possível traçar as principais rotas terrestres do tráfico de armas. Segundo a
PRF, as armas que abastecem o mercado ilegal de armas no Rio são: Ciudad Del
Este, Salto Del Guairá, Capitán Bado e Pedro Juan Caballero. De lá, os
traficantes utilizam as rodovias BR-277, BR-369 e BR-374 para levar armas e
munições a São Paulo e depois até o Rio.
A via Dutra é
considerada a principal rota utilizada pelos traficantes para trazer armas e
munições para o Rio de Janeiro. Por aqui passam 90 mil carros por dia. como os
criminosos sabem que a fiscalização aqui é intensa, eles sempre procuram rotas
alternativas. mas no último ano, as apreensões de munições cresceram no rio
mais de 150%
Nos últimos
meses, houve grandes apreensões de munições que estavam a caminho do rio pelo
litoral, na rodovia Rio-Santos (BR-101).
A PRF informou
que os traficantes passam pela Baixada Santista sem entrar na cidade de São
Paulo do litoral Norte de São Paulo pela BR-101, que vai dar em outro
importante acesso à cidade do Rio: a Avenida Brasil. Caminho direto para os
complexos de favelas do Chapadão, Alemão e Maré.
“A gente fez
cinturões de policiamento nas fronteiras, na divisa aqui do estado do rio de
janeiro e também aqui na região metropolitana justamente para impedir a chegada
dessas armas e munições aqui no estado”, afirma José Hélio Macedo, porta-voz da
PRF.
Até outubro
deste ano, foram apreendidas quase 51 mil (50.957) munições no Rio. Um aumento
de 150% em comparação com o mesmo período do ano passado. O estado registra
cerca de 1/3 das apreensões de munições em todo o Brasil.
Nas rotas, os
traficantes usam várias estratégias para esconder o carregamento. Pode ser no
fundo falso de um carro, no tanque de combustível, dentro do painel. Só em uma
apreensão, foram encontradas 6 mil munições na rodovia Regis Bittencourt, em
São Paulo.
O motorista
disse que ganharia R$ 4 mil pelo transporte de Foz do Iguaçu até o Rio. A
mercadoria seria entregue num shopping na Barra da Tijuca, zona Oeste da
cidade.
No início do
mês, três mulheres foram presas, no Paraná, num ônibus que vinha de Foz para o
Rio. Elas escondiam 2 mil munições de fuzil embaixo da roupa. A pena por
tráfico de armas pode chegar a 12 anos de prisão.
Mas o porta-voz
da polícia rodoviária reclama que muitos bandidos voltam às ruas logo após
serem presos nas estradas. Ele defende medidas, como maior cooperação entre as
forças de segurança, para combater o tráfico.
“Se não houver
uma série de medidas que vão realmente combater o tráfico de armas, acaba que o
nosso trabalho pode ser considerado como enxugar gelo porque você tá sempre
apreendendo, apreendendo quantidades sempre maiores, mas o tráfico ele não
para, o crime continua, então a gente vê que a gente fica naquele jogo de gato
e rato realmente”.
Por Bom Dia Brasil
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