Segundo
Unicef, a seca na Somália pode levar a até 270 mil crianças
sofrerem de
desnutrição grave em 2017 (Foto: Farah Abdi Warsameh/AP)
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Apenas em
setembro deste ano, cerca de 49 mil pessoas fugiram dos seus lares, a maioria
das quais se deslocaram a acampamentos amontoados em áreas urbanas.
Mais de um
milhão de pessoas fugiram dos seus lares neste ano devido à grave seca e ao
conflito na Somália, onde mais de 6,2 milhões de pessoas necessitam de
assistência humanitária, informou nesta quarta-feira (18) o Conselho do
Refugiado Norueguês (NRC).
Além disso,
mais de 3,1 milhões estão em situação crítica e 388 mil menores de cinco anos
sofrem desnutrição aguda, explicou a ONG em um comunicado.
"Estamos
alarmados com as dimensões desta crise, na qual cerca de 3.500 pessoas fogem
por dia dos seus lares em busca de comida e água para manter-se com vida",
disse a diretora regional do NRC, Gabriella Waaijman, que comparou este êxodo
em massa com o ocorrido na última crise de fome de 2011, quando morreram 260
mil pessoas.
Apenas em setembro
deste ano, cerca de 49 mil pessoas fugiram dos seus lares, a maioria das quais
se deslocaram a acampamentos amontoados em áreas urbanas.
Muitas
comunidades rurais da Somália se transformaram em cidades fantasmas após as
colheitas falidas e a morte do gado, que deixou a população sem reserva de
alimentos.
"Abandonei
o trabalho na nossa fazenda de um hectare devido à falta de água. Os rios
estavam secos, não havia nenhuma gota de água em nenhuma parte. Cavamos o solo
para buscar água subterrânea, mas não encontramos nada", disse à NRC uma
somali da região de Shabelle, Asha Ali Hussein.
Numerosas
organizações internacionais insistem, no entanto, que com apoio financeiro
ainda há tempo de evitar que se repita a situação de emergência humanitária que
se viveu em 2011.
Além disso,
ainda que a seca tenha sido a principal causa de deslocamento na Somália este
ano, a atividade do grupo terrorista Al Shabab, que pretende instaurar um
estado islâmico radical, também provocou numerosos deslocamentos.
No sábado
passado um duplo atentado com caminhão-bomba matou mais de 300 pessoas e deixou
400 feridos em Mogadíscio.
Por Agencia EFE
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