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Agência O Globo O presidente Michel Temer
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BRASÍLIA - O
presidente Michel Temer encaminhou,
nesta segunda-feira, uma carta aos deputados e senadores do Legislativo na qual
diz ser vítima, desde maio, de "torpezas
e vilezas" e que, apesar de "jamais" ter acreditado haver
uma conspiração para o retirar do cargo de presidente da República, agora enxerga esses fatos como
"incontestáveis".
"Começo
pelo áudio da conversa entre os dirigentes da JBS. Diálogo sujo, imoral,
indecente, capaz de envergonhar aqueles que o ouvem. (...) Quem o ouviu
verificou urdidura conspiratória dos que dele participavam demonstrando como se
deu a participação do ex-procurador-geral da República (Rodrigo Janot), por
meio de seu mais próximo colaborador, Dr. Marcelo Miller", avalia Michel
Temer.
No texto, o
presidente se diz "indignado" por ser "vítima de gente tão
inescrupulosa". Um dos argumentos utilizados pelo presidente é uma
entrevista concedida pelo ex-deputado Eduardo Cunha à revista “Época”. Na
ocasião, Cunha disse que sua tentativa de fechar um acordo de delação premiada
junto à força-tarefa da Operação Lava Jato não foi bem sucedida porque o
procurador-geral exigia que ele incriminasse o presidente da República.
"Esta
negativa levou o procurador Janot a buscar alguém disposto", pondera Temer
no documento ao se referir às delações de Lúcio Funaro, apontado como operador
do PMDB no esquema de propina: "Ressaltando que ele, Funaro, sequer me
conhecia", destaca.
O presidente
também cita o vazamento dos áudios com conversas dos dirigentes da JBS, Joesley
Batista e Ricardo Saud, em que avalia ficar claro o objetivo de "derrubar
o presidente da República". Temer pontua ainda que nos áudios Joesley diz
que, "no momento certo, e de comum acordo com Rodrigo Janot, o depoimento
já acertado com Lúcio Funaro 'fecharia a tampa do caixão'".
"Tudo
combinado, tudo ajustado, tudo acertado, com o objetivo de: livrar-se de
qualquer penalidade e derrubar o presidente da República. (...) Afirmações
falsas, denúncias ineptas alicerçadas em fatos construídos artificialmente e,
portanto, não verdadeiros, sustentaram as mentiras, falsidades e inverdades que
foram divulgadas", critica Michel Temer.
O peemedebista
aproveitou para exibir índices que apontam a retomada do crescimento do país.
Entre eles estão a queda da taxa Selic - que em maio de 2016 marcava 14,25% e,
em setembro deste ano, chegou a 8,25% -, e o aumento do valor exportado, que
acumulou US$ 164,603 bilhões desde janeiro de 2017.
"O Brasil
não parou, apesar das denúncias criminosas que acabei de apontar", pondera
Temer ao ressaltar a agenda de reformas propostas pelo seu governo: "O
País avança com o teto de gastos públicos, lei das estatais, modernização
trabalhista, reforma do ensino médio, proposta de revisão da Previdência,
simplificação tributária".
Temer ressalta
ainda que a carta tem tom de "desabafo", e afirma que a "armação
está sendo desmontada". "É uma explicação para aqueles que me
conhecem e sabem de mim. É uma satisfação àqueles que democraticamente convivem
comigo", destaca sobre o teor do documento.
A carta, com
quatro páginas, foi enviada aos parlamentares na semana em que a Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara se prepara para votar o parecer de
Bonifácio Andrada (PSDB-MG) pelo arquivamento da segunda denúncia feita contra
o presidente pelo Ministério Público (MPF) por obstrução à Justiça e
organização criminosa.
Agência O
Globo
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