O
ex-procurador Marcelo Miller prestou depoimento na Polícia
Federal em
10 de outubro
(Foto: José
Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)
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Ex-procurador disse, em
depoimento, que teve entre cinco e dez reuniões com executivos da JBS quando
ainda trabalhava no MPF, mas negou ter discutido abertamente com eles sobre as
condutas criminosas do grupo.
O depoimento do ex-procurador
Marcelo Miller, ao qual a "Folha de S. Paulo" teve acesso, também foi
confirmado pela TV Globo. Miller conversou com a Polícia Federal, em Brasília,
no dia 10 de outubro. No depoimento, ele afirma que ajudou os executivos da JBS
a elaborar o documento de delação premiada para não ser descortês.
No depoimento, o ex-procurador
relata que fez apenas ajustes linguísticos e gramaticais ao rascunho da delação
que foi apresentado por Ricardo Saud, diretor da JBS, apenas para corrigir
erros.
Segundo Miller, Saud lhe mostrou
os documentos em meados de março, e pediu que ele opinasse sobre o texto,
dizendo: "Dá uma olhada pra mim, e veja se está bem". O ex-procurador
afirmou que se sentiu desconfortável em ter acesso ao material, e desempenhar
funções que ainda não poderia, já que ainda não havia se desligado oficialmente
do Ministério Público Federal (MPF).
Ele negou, porém, que tenha dado
orientação jurídica para redigir o acordo de delação.
Marcelo Miller é suspeito de ter
atuado em favor dos delatores enquanto ainda era procurador da República, sem o
conhecimento de seus superiores.
À PF, Marcelo Miller disse ainda
que teve entre cinco e dez reuniões com os executivos da JBS antes de sair do
Ministério Público Federal, e afirmou que eles nunca discutiram abertamente
sobre condutas criminosas dos empresários. Porém, ele admitiu que tinha
conhecimento de que a JBS estava tratando de questões criminais com a
Procuradoria Geral da República.
O ex-procurador ainda vai prestar
novos depoimentos.
Por Jornal Nacional
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