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SAMPAIO/ESTADAO Segundo Temer, muito ainda se
vai falar
sobre essa legislação e da criação de novos empregos
que ela permitirá
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BRASÍLIA E SÃO PAULO - Apesar da
pressão do chamado Centrão para ocupar ministérios do PSDB, o presidente Michel
Temer decidiu “afagar” os tucanos e confirmou presença no lançamento do
programa Cartão Reforma ao lado do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB),
em Caruaru (PE). A viagem de Temer é vista como um “simbolismo” para mostrar a
boa relação com a legenda, embora a sigla tenha divergências internas.
O gesto do Planalto tem por
objetivo pacificar a relação com o PSDB e garantir os votos que ainda têm do
partido, mesmo com as dissidências, para barrar no plenário a denúncia de
corrupção passiva contra Temer.
Em caráter reservado, um membro da
Executiva do PSDB contou que Temer já procurou os quatro ministros da sigla e
garantiu que eles não perderão seus cargos. Segundo essa mesma fonte ouvida
pelo Estado, Temer pediu, porém, engajamento no movimento para
“virar” votos na bancada.
O Planalto está otimista em
relação aos tucanos dos ministérios, que dizem acreditar que poderão conseguir
mais votos contrários ao prosseguimento da denúncia do que está sendo
anunciado.
Da semana passada para cá, Temer
se reuniu com Araújo pelo menos três vezes. O ministro tem ajudado a contornar
problemas em várias alas do partido, que defendem o desembarque do governo
Temer.
Só entre as legendas que fecharam
questão a favor do presidente – PP, PSD, PMDB, PRB e PR – o governo tem 207
votos. Para barrar a denúncia no plenário, Temer precisa de 172 votos. Hoje a
conta está entre 250 e 260 parlamentares, podendo alcançar a marca de 330.
Com o Congresso em recesso a
partir desta terça-feira, 18, Temer quer dedicar as duas próximas semanas a
anúncios de medidas positivas e continuar mantendo negociações não só com os
tucanos, mas também com parlamentares do DEM, partido do presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (RJ), primeiro na linha sucessória da Presidência da República.
Desde o início da tramitação
denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer por corrupção passiva,
Maia tem se afastado do Planalto.
Agenda positiva. Além
do Cartão Reforma, que deve atender ao menos 85 mil famílias com renda menor de
R$ 2.811 neste ano, Temer busca outras medidas na área econômica.
Nesta segunda-feira, 17, Temer
chamou os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, de Minas e Energia,
Fernando Coelho Filho, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, para discutir o
Repetro, um sistema de incentivos para a área de petróleo. Nesta quinta-feira,
20, antes de embarcar para a reunião do Mercosul, em Mendoza, na Argentina,
Temer pretende se encontrar com sindicalistas para avançar nas negociações em
torno da medida provisória que o governo prometeu editar para realizar ajustes
no texto aprovado da reforma trabalhista.
Paralelamente a isso, o presidente
Temer estuda também o anúncio R$ 3 bilhões para serem distribuídos a
integrantes do cadastro único que desejarem se tornar empreendedores, desde que
tivessem o apoio do Sebrae. O programa se chama Progredir. Esses recursos
seriam microcréditos que poderiam beneficiar mais de um milhão de famílias e
eles viriam dos 2% de recursos dos depósitos compulsórios que os bancos fazem no
Banco Central.
A medida já teve aprovação do BC,
de acordo com o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, que conversou
nesta segunda-feira com Temer sobre o assunto. Terra disse que o presidente
pediu que sejam adotadas medidas para ajudar o Rio, não só com propostas para a
área de segurança, mas programas sociais que ajudem a dar suporte e atividades
à juventude.
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