Polícia
dispersa manifestação de opositores a Maduro
nesta quinta-feira (26) em Caracas
(Foto:
REUTERS/Andres Martinez Casares)
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Manifestantes poderão ser
punidos com 5 a 10 anos de prisão. Protesto previsto para esta sexta em Caracas
é estendido a todo o país.
O governo da Venezuela anunciou
nesta quinta-feira (27) que estão proibidas, a partir de amanhã, todas as
manifestações públicas que possam atrapalhar a realização da eleição dos
representantes da Assembleia Nacional Constituinte no domingo. Em resposta, a
oposição anunciou que estenderá a toda a Venezuela o seu protesto convocado
para sexta-feira em Caracas.
Desde abril, quando começou a
última onda de protestos opositores, 108 pessoas morreram em manifestações e
confrontos. Esta quinta-feira foi o segundo dia de uma greve de 48 horas,
depois de que no primeiro dia morrerem 3 pessoas. Nesta quinta, 2 pessoas
morreram, um menor de 16 anos, no bairro de El Paraíso, em Caracas, e um homem
identificado como Leonardo González, de 49 anos. González morreu "durante
uma manifestação" na localidade de Naguanagua, no estado Carabobo, em
circunstâncias que estão sendo investigadas.
"Estão proibidas em todo o
território nacional as reuniões e manifestações públicas, concentrações de
pessoas e qualquer ato similar que possam perturbar ou afetar o normal
desenvolvimento do processo eleitoral", disse o ministro do Interior,
Néstor Reverol, em um discurso transmitido em rede nacional de televisão.
"Quem organize, apoie ou
instigue a realização de atividades dirigidas a perturbar a organização e o
funcionamento do serviço eleitoral ou da vida social do país será punido com
prisão de cinco a dez anos", completou o ministro.
A Mesa da Unidade Democrática
(MUD), principal aliança de oposição ao governo, anunciou em seguida que a
manifestação que estava prevista para ocorrer nesta sexta em Caracas será
estendida a todo o país.
"O regime anunciou que não
pode se manifestar. Responderemos com (a) TOMADA DA VENEZUELA amanhã",
anunciou a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), em sua conta do
Twitter.
Em outra mensagem, a coalizão
opositora afirmou que "as ruas da Venezuela são do povo, não da
ditadura", e afirmou que a manifestação é um direito consagrado na
Constituição.
O presidente
da Venezuela, Nicolás Maduro, encerra campanha
a favor da
eleição para uma Assembleia Constituinte
no país
(Foto: Carlos Garcias Rawlins/Reuters)
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O deputado José Antonio Mendoza
disse que a decisão da MUD de ampliar o protesto faz parte da convocação feita
pela oposição para que a população não reconheça o governo de Maduro e lance
mão da desobediência civil.
Eleição da Assembleia
A eleição da Assembleia
Constituinte está marcada para o próximo domingo. A manifestação de sexta é um
ultimato para que Maduro suspenda a eleição. O oposição considera que a eleição
de o processo é "fraudulento" e tem como único objetivo perpetuar
Maduro no poder. Já o presidente defende uma nova Constituição como forma de
trazer paz para o país.
Diante de uma multidão de
apoiadores, Maduro reiterou nesta quinta que "chovendo, trovejando ou
relampejando, a Constituinte acontecerá", apesar das pressões internas e
externas.
As Forças Armadas da Venezuela
tomarão o controle de vários órgãos estatais e municipais da Polícia amanhã. Os
militares ficarão nesses locais até o processo eleitoral de domingo.
Por G1
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