Maduro
proíbe protestos na Venezuela
para não
atrapalhar Constituinte
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Governo proibiu manifestações a
partir desta sexta. Em resposta, oposição estendeu protesto que aconteceria em
Caracas para todo o país.
O governo do presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, deve permitir protestos pacíficos e a liberdade de
expressão, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (28),
fazendo um apelo por calma antes da eleição de domingo (30) convocada pelo
governo para formação de uma Assembleia Constituinte.
"Os desejos do povo
venezuelano de participar ou não desta eleição devem ser respeitados. Ninguém
deveria ser obrigado a votar e aqueles que voluntariamente participarem deveria
poder fazê-lo de forma livre", disse a porta-voz de direitos humanos da
ONU, Liz Throssell, segundo a Reuters.
"Esperamos que a votação
prevista para domingo, se realizada, ocorra de forma pacífica e com pleno
respeito aos direitos humanos", acrescentou Throssell.
Proibição dos protestos
O governo da Venezuela
proibiu manifestações públicas que
pudessem atrapalhar a realização da eleição dos representantes da
Assembleia Nacional Constituinte.
O ministro do Interior
venezuelano, Néstor Reverol, afirmou, em um discurso transmitido pela
televisão, que quem organizar, “apoiar ou instigar a realização de atividades
dirigidas a perturbar a organização e o funcionamento do serviço eleitoral ou
da vida social do país será punido com prisão de cinco a dez anos".
Os Estados Unidos determinaram que
os familiares dos funcionários de
sua embaixada na Venezuela deixassem o país, em meio a uma crise
política que se agrava antes da votação que a oposição diz que colocará fim à
democracia no país.
Em resposta, a Mesa da Unidade
Democrática (MUD), principal aliança de oposição ao governo, anunciou em
seguida que a manifestação que estava prevista para ocorrer nesta sexta em
Caracas será estendida a todo o país.
"O regime anunciou que não
pode se manifestar. Responderemos com (a) TOMADA DA VENEZUELA amanhã",
anunciou a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), em sua conta do
Twitter.
Mortos na greve
O balanço dos mortos na greve
geral de 48 horas na Venezuela subiu para oito nesta sexta. O
Ministério Público informou que mais dois jovens e um policial morreram na
quinta (27), em um saque e manifestações.
Segundo o Ministério Público,
Rafael Canache, de 29 anos, morreu durante um saque em Jabillote, no estado de
Anzoátegui (nordeste), e José Pestano, 23, durante um protesto em Cabudare,
Lara (noroeste).
O policial morreu na quinta-feira,
na localidade de Ejido, onde um dia antes também foi morto um homem de 30 anos
em outra manifestação, segundo a France Presse.
Com mais estas mortes, passa de
100 o número de óbitos na onda de protestos contra o presidente Nicolás Maduro,
que deve prosseguir apesar da proibição do governo.
Eleição da Assembleia
A eleição da Assembleia
Constituinte está marcada para o próximo domingo. A manifestação de sexta é um
ultimato para que Maduro suspenda a eleição. A oposição considera que a eleição
é um processo "fraudulento", que tem como único objetivo perpetuar
Maduro no poder. Já o presidente defende uma nova Constituição como forma de
trazer paz para o país.
Diante de uma multidão de
apoiadores, Maduro reiterou nesta quinta que "chovendo, trovejando ou
relampejando, a Constituinte acontecerá", apesar das pressões internas e
externas.
Por G1
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