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REUTERS/Marco Bello Agentes teriam disparado contra
o veículo da
irmã de Aponte. Ele foi preso nesta tarde
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Agentes do Sebin (serviço secreto
venezuelano) detiveram neste sábado (22) Ángel Zerpa Aponte, um dos 33 juízes
apontados durante a semana pela Assembleia Nacional, controlada pela oposição,
para substituir os atuais integrantes do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
De acordo com o deputado Winston
Flores, da agremiação opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática), o magistrado
foi detido por volta das 18h (19h em Brasília) em uma rua de Caracas e levado
em uma caminhonete cinza. Os agentes teriam disparado contra o veículo da irmã
de Aponte.
O ex-presidenciável Henrique
Capriles, governador do Estado de Miranda, afirmou que o Sebin recebeu ordem
para prender os juízes recém-apontados e submetê-los à Justiça Militar.
A indicação dos juízes, não
reconhecida pelo TSJ, foi um gesto da oposição para aumentar a pressão contra o
governo de Nicolás Maduro após milhões de venezuelanos votarem em plebiscito
informal no domingo (16) contra a Assembleia Constituinte convocada pelo líder
chavista, cuja eleição se dará no próximo dia 30.
A escolha dos juízes cabe, segundo
a Constituição, à Assembleia Nacional, a partir de lista enviada pelo Conselho
Moral Republicano. O Legislativo, porém, está em desacato desde janeiro de 2016
por empossar três deputados impugnados.
Na sexta-feira (21), o TSJ havia
ameaçado prender os juízes indicados pela oposição "a fim de manter a paz
e a estabilidade". A corte também declarou que os parlamentares a decisão
da Assembleia Nacional de apontá-los representa "não só o delito de usurpação
de funções, mas o de traição à pátria".
Usado pelas autoridades para
julgar os manifestantes em tribunais militares, onde não há participação do
Ministério Público, o delito de traição à pátria é passível de prisão imediata
do suspeito.
JORNALISTAS AGREDIDOS
O sindicato de jornalistas da
Venezuela afirmou que cinco repórteres foram agredidos durante uma manifestação
em Caracas neste sábado (22) contra o governo de Nicolás Maduro. Um dos
profissionais agredidos foi o fotojornalista Luis Díaz, do jornal "La Prensa
de Lara", que teve sua câmera roubada e ficou com duas costelas
fraturadas.
A marcha foi convocada pela
oposição para apoiar a indicação dos juízes para o TSJ e demonstrar rechaço à
Assembleia Constituinte. A polícia reprimiu o protesto com gás lacrimogêneo e
balas de borracha.
Adversários de Maduro consideram
que a Constituinte é uma tentativa do líder chavista de se manter no poder
apesar de sua baixa popularidade. A escolha dos integrantes da Constituinte se
dará de maneira colegiada, o que, para a oposição, representa uma violação do
direito ao voto universal e direto.
A Venezuela registra desde abril
uma onda de saques e protestos contra o governo, a qual já deixou cem mortos.
(Folhapress)
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