Arthur sobreviveu à bala perdida que o
atingiu antes
mesmo de nascer (Foto: Arquivo pessoal)
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Médicos responsáveis pelo
tratamento deram entrevista coletiva para falar sobre criança. Sobre as
possibilidades de paraplegia, os médicos preferem não fazer previsões, mas
afirmam que a evolução está sendo satisfatória.
O bebê Arthur permanece internado
em estado grave, mas estável, no hospital Adão Pereira Nunes, o hospital de
Saracuruna, em Duque de Caxias, de acordo com o último boletim divulgado pela
Secretaria de Saúde do município. Ele foi atingido ainda no útero da mãe por
uma bala perdida na Favela do Lixão. A mãe estava grávida de nove meses e ele
nasceu após uma cesariana de emergência. Nesta sexta-feira (7), os médicos
responsáveis pelo tratamento de Arthur deram uma entrevista coletiva para falar
sobre as possibilidades de tratamento para a recuperação da criança.
O secretário estadual de Saúde,
Luiz Antônio Teixeira Júnior, participa da coletiva e fala também sobre as
opções de tratamento para o menino. Os médicos explicaram que fizeram uma
laminectomia no bebê. O procedimento é um tipo de cirurgia de coluna usada para
aliviar a compressão da coluna vertebral. Sobre as possibilidades da criança
ficar paraplégica, os médicos preferem não fazer previsões.
"É muito cedo para fazer
qualquer tipo de qualquer prognóstico. É um quadro que necessita de
acompanhamento prolongado", destacou o médico Eduardo de Macedo Soares,
coordenador médico da UTI neonatal.
Os médicos destacaram que a
criança segue lutando, apesar do forte trauma. Arthur já está recebendo visitas
do pai e da mãe.
"Ele está tendo a evolução
esperada. É um bebê forte, que sobreviveu a um tiro intrauterino. Ele
sobreviveu a um tiro e só por isso já é um campeão, é um guerreiro. A evolução
está sendo satisfatória", ressaltou Soares.
Ainda assim, eles reconhecem que a
situação de Arthur é delicada.
"Em relação à lesão da coluna
a criança, quando chegou tinha quadro de paraplegia. Esse quadro é mantido. Com
a descompressão, a gente dá uma chance pra essa medula expandir e é uma chance
pra criança voltar a mexer as pernas. A gente não pode afirmar nada no momento.
Tanto que, pelo exame, a gente viu que a medula não tava rompida. Só compromete
os níveis inferiores", destacou o médico Vinicius Mansur Zogbi,
coordenador médico da neurocirurgia.
A mãe de Arthur, Claudinéia dos
Santos Melo, estava internada no Hospital Moacir do Carmo, no mesmo município,
e recebeu alta médica nesta quinta (7). Ao
deixar o hospital, ela falou da vontade de ver o filho e disse que
seu maior desejo era poder "Tocá-lo".
O disparo, que deixou o bebê
paraplégico, também arrancou um pedaço da orelha dele e criou um coágulo na
cabeça. O tiro atravessou o quadril da mãe e atingiu a criança - perfurando os
pulmões e provocando uma lesão na coluna. O bebê, no entanto, pode recuperar os
movimentos.
"Não temos como medir a
capacidade de evolução desta criança no momento. Devemos agora manter o suporte
à vida e aguardar. Quanto à paraplegia, é um quadro que pode até se reverter,
caso não haja lesão medular", explicou o neurologista Eduardo França.
"Nesse momento, trata-se de
uma criança muito grave, com ventilação mecânica, o que tem que fazer é o
suporte à vida. A gente não pode mensurar a capacidade de uma criança em
evoluir", acrescentou o médico.
Por Fernanda Rouvenat, G1 Rio
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