O presidente Michel Temer (centro), durante reunião no Planalto sobre segurança pública (Foto: Beto Barata/PR) |
Estado servirá de 'laboratório'
para implementação do Plano Nacional de Segurança. Também participaram do
encontro ministros e deputados.
O presidente Michel Temer se
reuniu na tarde desta segunda-feira (5) com o governador do Rio de Janeiro,
Luiz Fernando Pezão, o prefeito da capital fluminense, Marcelo Crivella, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e com deputados do estado para
tratar do reforço à segurança pública no estado.
Também participam do encontro os
ministros Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Torquato
Jardim (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Eliseu Padilha (Casa Civil), Antônio
Imassahy (Secretaria de Governo), Moreira Franco (Secretaria-Geral da
Presidência), Dyogo Oliveira (Planejamento), Osmar Terra (Desenvolvimento
Social e Agrário) e Leonardo Picciani (Esporte).
Em maio, o governo anunciou que o
estado serviria de "laboratório" para o Plano Nacional de Segurança,
que tem como foco o combate ao crime organizado e a adoção de ações sociais nas
regiões mais afetadas, como as favelas.
“Vamos começar as experiências nas
várias cidades, com produção operacional em cada estado em cada cidade,
começando naturalmente pelo Rio de Janeiro. Um procedimento muito
sistematizado, nada pirotécnico”, disse Temer na reunião.
O plano seguirá os moldes do que
foi aplicado durante os Jogos Olímpicos de 2016, em que as forças de segurança
pública locais montaram uma força-tarefa com as Forças Armadas e a Força
Nacional para garantir a realização do evento.
As ações envolvem um comitê de
“pronta-resposta” para agir de forma mais rápida no combate aos crimes. O
comitê será formado pelo Gabinete de Segurança Institucional, ministérios da
Defesa, Justiça e Desenvolvimento Social e Agência Brasileira de Inteligência
(Abin).
“É a primeira vez que o Brasil
toma iniciativa de assumir sua responsabilidade sobre a segurança, que nenhum
prefeito ou governador sozinho terá condição de superar”, elogiou Maia durante
a reunião.
Em grave crise econômica, o Rio de
Janeiro viu as taxas de criminalidade voltarem aos patamares anteriores à
implementação das UPPS (Unidades de Polícia Pacificadora), debelando uma crise
também na segurança pública.
Sem 'pirotecnia'
Após a reunião no Planalto, os
ministros Etchegoyen, Jardim e Jungmann concederam entrevista coletiva para
esclarecer as ações que serão implementadas no Rio. Eles, contudo, explicaram
que não haverá detalhamento das ações por questões de segurança.
"Não haverá números nem
cifras. Atuaremos de forma integrada e com inteligência em ações pontuais junto
às forças de segurança do Rio", explicou o ministro do Gabinete de
Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen. "O problema do Rio não se
resolverá num passe de mágica", acrescentou.
"Não esperem que nós vamos
sair por aí com pirotecnias, manobras de visibilidade, não é isso. Vamos
trabalhar para produzir os conhecimentos na área de inteligência",
declarou. O plano terá foco no combate ao crime organizado e redução do
potencial de letalidade dos criminosos.
Presídios
Na sequência da entrevista, Raul
Jungmann (Defesa) disse ter feito um apelo aos parlamentares na reunião para
que dessem prioridade a projetos que autorizem monitorar conversas de
presidiários. Ele afirmou que o controle das organizações criminosas está
dentro dos presídios e que, sem a medida, o combate ao crime é ineficaz.
"Tem de ter parlatório, com
tudo gravado, filmado. O Brasil precisa enfrentar isso. A resposta é a
seguinte: a sociedade precisa que essas comunicações sejam monitoradas ou então
você não corta os tentáculos do crime."
O ministro também criticou a
atuação de policiais penitenciários que, segundo ele, são "lenientes"
com a entrada de armas e equipamentos proibidos.
Fronteirasram equipamentos de
segurança como raio-x, scanners e bloqueadores de celular. O estado que não
está transformando isso em política de segurança dentro das cadeias é porque
não quer enfrentar o problema", disse.
Segurança nas fronteiras
As ações do plano também vão
passar pelo monitoramento mais efetivo das fronteiras, segundo Jungmann. O
ministro informou que serão criados corredores de acesso aéreo ao território
brasileiro para mais controle e fiscalização.
"Grande parte do tráfico [de
drogas] é feita por via aérea. Ao estabelecer corredores e obrigar o uso deles
pelas aeronaves, elas precisarão se identificar. Elas serão acompanhadas de
perto, poderão ser bloqueadas e, se não respeitarem, poderá ser dada uma ordem
de destruição", explicou.
Por Gustavo Aguiar, G1, Brasília
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