Aos 85 anos, Nagib Oliveira disse que já presenciou situações de abandono de quem deveria cuidar dos idosos. Fotos: Allexandre Costa / Arte ROJORNAL |
Em junho,
movimento mundial mobiliza pessoas em torno da Conscientização da
Violência contra a Pessoa Idosa
Neste mês,
celebra-se o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa,
15 de junho. Marcando a data, a equipe do Programa Municipal de Saúde do
Idoso promoveu nesta semana uma série de rodas de conversa sobre o tema.
Dezenas de idosos participaram dos debates, que tiveram o objetivo de prevenir
a violência com base na orientação, informação e apoio às pessoas da Terceira
Idade e familiares.
Um dos
encontros aconteceu no Centro do Idoso, em parceria com a equipe da Secretaria
de Bem-Estar Social, no Parque da Cidade. Os idosos apresentaram relatos
pessoais ou de casos presenciados em outras famílias, nas quais idosos sofrem
algum tipo de abuso.
A equipe
chamou a atenção para ações cotidianas que podem ser caracterizadas como
violência, desde a agressão física até a negligência e abandono da pessoa
idosa, incluindo outras violações de direitos previstos no Estatuto do Idoso.
Aos 85 anos,
Nagib Oliveira disse que já presenciou situações de abandono de quem deveria
cuidar dos idosos. “Muitas vezes o idoso depende da pessoa para cuidar e essa
pessoa deixa ele jogado e em más condições. Isso é violência também”,
completou.
Na opinião
de Sônia Ferreira, de 64 anos, a desestruturação da família está diretamente
ligada à violência. “Nas famílias sem estrutura, os pais não conversam com os
filhos, não orientam sobre o que é certo ou errado. Está faltando essa orientação
hoje”, falou.
Dados
apresentados pela coordenadora do Programa Saúde do Idoso, Ana Lúcia Couto,
mostram que a maior parte das agressões sofridas pelos idosos acontece dentro
de seus lares, por pessoas da convivência deles, incluindo seus familiares.
“Devemos
observar se há alguém próximo a gente que possa estar sendo vítima de
violência. O comportamento muda, a pessoa pode apresentar sinais de depressão,
ansiedade, se afastar do convívio ou apresentar machucados que não sabe
explicar direito como foram feitos”, explicou Ana Lúcia.
DISQUE
100 - Além de procurar a polícia para registro de ocorrência, é
possível denunciar, de forma anônima ou não, casos de violência por meio do
Disque 100. A equipe lembrou que a denúncia pode ser levada a outras instâncias
do Poder Público, solicitando ajuda, como ao CREAS – Centro de Referência
Especializado de Assistência Social.
Os
especialistas explicaram que em vários casos o idoso não denuncia a situação de
violência por receio do que possa acontecer a seus familiares.
“É preciso
que as pessoas saibam que em grande parte das vezes quem pratica a violência,
incluindo a negligência, também precisa de ajuda. Os órgãos competentes vão
averiguar essa situação e oferecer o apoio que essa família precisa para cuidar
bem do idoso”, informou Ana Lúcia.
Os
participantes das rodas de conversa – que aconteceram também nas reuniões do
Programa de Saúde do Idoso no Âncora, Cidade Praiana e Operário – receberam
cartilhas informativas sobre o tema.
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