© Divulgação "Temos
amanhã um julgamento e
Precisamos confiar
na Justiça", disse o prefeito
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Para o prefeito João Doria, a
"hora de atacar" não chegou para o PSDB. O inimigo, segundo ele, é
antigo. "É preciso ter a compreensão do momento certo de atacar e saber
quem é o inimigo. O nosso inimigo é o PT, o inimigo do Brasil."
A declaração foi dada em reunião
no Diretório Estadual do PSDB na noite desta segunda-feira (5), para tratar o
eventual desembarque do governo de Michel Temer (PMDB), cujo julgamento da
chapa presidencial que fez parte em 2014 começa nesta terça (6) no Tribunal
Superior Eleitoral.
Doria afirmou que não cabe tomar
decisões neste momento. "Temos amanhã um julgamento e precisamos confiar
na Justiça."
"O fácil para o prefeito de
São Paulo era não vir. Para que vou me expor? Mas esse não é o João Doria, o
João Doria é guerreiro", continuou. "Muitas vezes, pelas boas causas,
a precipitação pode levar a fragilização de um guerreiro. Pode condenar um exército
vitorioso à derrota."
Doria disse que conversou com o
governador Geraldo Alckmin antes da reunião e que sua fala estava autorizada
por ele. "Nossa posição é indivisível, não há a menor possibilidade de
dividirem Geraldo e João."
Alckmin, que não esteve presente
na reunião desta segunda, se encontrou com Michel Temer na noite de sexta-feira
(3) para reafirmar o apoio ao governo.Também se manifestou contra o afastamento
do governo o senador José Aníbal, que pediu para que o partido dê "o tempo
da política". "Não queremos que no ano que vem prevaleça uma
polarização salvacionista, Bolsonaro, Lula... Isso só vamos conseguir se o
Brasil voltar a crescer. Esse espírito de tentar resolver as coisas de 'bate
pronto' leva a muitos equívocos."
O deputado estadual Barros Munhoz
defendeu a permanência da legenda por entender que São Paulo precisa dos
investimentos que "ficou 12 anos sem ter".Ele aproveitou para atacar
a Operação Lava Jato, que considera mais "perniciosa" do que a
ditadura militar. "Quem já foi vítima disso, de 'promotorzinho' que para
aparecer persegue prefeito, empresário, sabe do que estou falando. Ninguém
aguenta mais essa ditadura, é muito mais perniciosa que a ditadura
militar."
Entre os que se manifestaram a
favor do desembarque, aplaudidos pelo auditório, estão Pedro Tobias, presidente
do Diretório Estadual, que considera "péssimo" que o partido tenha
entrado no governo Temer, e o presidente da Assembleia Legislativa, Cauê
Macris, da corrente dos "cabeças pretas" (em oposição aos "cabeças
brancas", da cúpula do partido), para quem "os fins não justificam os
meios".
Também defenderam o desembarque o
prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, que se disse envergonhado
por apoiar um governo "que faz reuniões de madrugada", e o
vice-presidente Nacional do PSDB, Carlos Sampaio.
"Quero a transição com
reformas. Hoje a preocupação de Temer é muito mais manter-se no cargo do que
fazer as reformas. Ser responsável é lutar pelo país, não manter-se em um
governo que perdeu a credibilidade", declarou Sampaio. Com informações da
Folhapress.
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