Feridos em
atentado na área das embaixadas em Cabul,
no
Afeganistão, nesta quarta-feira (31) (Foto: Omar Sobhani/ Reuters)
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Mais de 300 feridos foram
hospitalizados após explosão no bairro das embaixadas, em 31 de maio.
Presidente afegão dá ultimato para talibãs.
O balanço do grande atentado
de 31 de maio em Cabul superou 150 mortos, anunciou o presidente
do Afeganistão, Ashraf Ghani, em um discurso durante uma conferência
multinacional para a paz. Até então, as autoridades falavam em 90 mortos.
"Mais de 150 filhos e filhas
do Afeganistão, inocentes, morreram e mais de 300 foram hospitalizados com
queimaduras ou membros amputados", declarou Ghani, segundo a France
Presse. No dia do ataque, o vice-ministro do Interior, Murad Ali, afirmou que
um total de 460 ficaram feridos.
O ataque que atingiu o bairro das
embaixadas foi o mais violento dos últimos 15 anos na capital afegã. O
caminhão-bomba explodiu em uma área de alta segurança, perto do Palácio
Presidencial, de várias embaixadas e edifícios do governo.
De acordo com a France Presse
(AFP), o caminhão que explodiu continha mais de uma tonelada e meia de
explosivos e deixou uma cratera de sete metros de profundidade.
A explosão foi tão violenta que
abalou parte da cidade, quebrando vidraças e gerando pânico entre a população.
Testemunhas relataram que 30 carros que circulavam na região ficaram
destruídos. Uma densa coluna de fumaça podia ser vista à distância.
A Embaixada da Alemanha ficou
danificada, mas as equipes de segurança e o governo alemão não acreditam que o
imóvel era o alvo do ataque. Os prédios da França e da Turquia também foram
afetados.
Pessoas feridas, entre elas uma
mulher com o rosto coberto de sangue, deixam o local de uma explosão em Cabul,
no Afeganistão (Foto: Omar Sobhani/Reuters)
Ultimato para os talibãs
No mesmo discurso, Ashraf Ghani
deu um ultimato aos talibãs para que aproveitem a "última
oportunidade" para a paz ou encarem as consequências", de acordo com
a France Presse. O atentado não foi reivindicado, mas o governo acusa a rede
Haqqani, aliada dos talibãs afegãos.
"Damos uma oportunidade à
paz, mas não é uma oferta ilimitada no tempo. (...) É a última oportunidade,
aproveitem ou sofrerão as consequências", afirmou durante a conferência,
que reúne representantes de 20 países em Cabul.
A opinião pública está cada vez
mais indignada com o governo de Ghan pela catastrófica deterioração da
segurança no país. Dois dias depois do ataque, centenas de manifestantes
tomaram as ruas para protestar. Quatro pessoas
morreram em confrontos com a polícia.
No sábado (3), uma série de
explosões em cadeia fez várias vítimas durante o enterro
de um homem que faleceu durante protestos.
Durante manifestações nos últimos
dias, muitas pessoas pediram a renúncia do governo por sua incapacidade para
resolver a situação.
Divergências políticas e
étnicas
O atentado aumentou as profundas
divergências políticas e étnicas que fragilizam o governo afegão.
Os manifestantes, que protestam
nesta terça-feira, pelo 5º dia consecutivo no local da explosão, exigem a
demissão do conselheiro nacional de Segurança, Hanif Atmar.
O ministro das Relações
Exteriores, Salahudin Rabani, que dirige o partido de maioria tadjique Jamiat,
também defendeu a saída de Atmar. Mas o presidente Ghani, da etnia pashtun, não
aceita a ideia.
Por G1
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