Forças de segurança e manifestantes se enfrentam nesta quarta-feira (24) em mais um dia de manifestação em Caracas (Foto: LUIS ROBAYO / AFP) |
Desde 6 de abril, 55 pessoas
morreram em distúrbios e manifestações pelo país.
O chefe da Defensoria do Povo da
Venezuela, Tarek William Saab, denunciou nesta quarta-feira (24) que um grupo
de encapuzados incendiou uma sede do órgão em Maracaibo, a segunda cidade mais
importante do país e capital do estado de Zulia.
"Agora, pela terceira vez, a
sede da @Defensoria_Vzla em Maracaibo (Zulia) está sendo incendiada e destruída
com total impunidade", indicou Saab em mensagem divulgada no Twitter.
O chefe do órgão indicou que o
imóvel foi atacado com pedras e coquetéis molotov. Depois que os bombeiros
controlaram o fogo e foram embora, os encapuzados voltaram ao local,
incendiando móveis e outros equipamentos que estavam no edifício.
"Isso tudo apesar dos
chamados às autoridades regionais e municipais de prestar a devida colaboração
para o resguardo da vida de nosso pessoal e dos bens do Estado", escreveu
Saab.
Além disso, o chefe da Defensoria
do Povo questionou a "ausência de conclusão" nas investigações sobre
os ataques a mais de 10 sedes do órgão durante os meses de abril e maio em meio
à onda de protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
Para Saab, algumas dessas ações
são "induzidas pelo ódio" e foram provocadas por "grupos
violentos de manifestantes". No caso da sede do órgão em Zulia, o defensor
do povo afirmou que os ataques ocorreram "diante do olhar de cumplicidade
das autoridades regionais".
O órgão presidido por Saab expressou
apoio a Maduro e à iniciativa do presidente para mudar a Constituição. No
entanto, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição,
exigiu que a Defensoria do Povo atue contra o governo e contra os excessos de
violência da polícia nos protestos.
55 mortos
Desde o dia 6 de abril, 55 pessoas
morreram e mais de mil ficaram feridas nos distúrbios e manifestações contra e
favoráveis a Maduro, segundo balanço divulgado nesta quarta pela
procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz.
Entre os mortos, 52 são civis e 3
funcionários das forças de segurança. Além disso, 771 civis e 229 policiais
ficaram feridos durante esse período.
Díaz também informou que 346
imóveis públicos e provados foram queimados ou danificados, com grandes perdas patrimoniais.
Protesto em Caracas
Nesta quarta, uma manifestação
convocada pela oposição venezuelana em Caracas terminou com 62 feridos, entre
eles um deputado opositor e três pessoas atingidas por arma de fogo, informou o
diretor de saúde do município de Baruta, Enrique Montbrun.
Em declarações à emissora de
televisão privada "Globovisión", o médico indicou que os centros de
saúde da localidade atenderam 62 pessoas que tinham sofrido lesões devido à
"grande repressão" policial contra a manifestação opositora.
Montbrun disse também que o deputado
opositor José Brito ficou ferido durante a manifestação ao ser "atingido
por uma bomba de gás lacrimogêneo em seu joelho esquerdo", o que provocou
uma "lesão considerável nos ligamentos" do legislador que, segundo
acrescentou, está fora de perigo.
Alguns meios de comunicação locais
indicaram que no município vizinho de Chacao, governado pelo opositor Ramón
Muchacho, os centros de saúde teriam atendido pelo menos 20 feridos, mas este
dado não foi confirmado pelas autoridades.
Por Agencia EFE
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