Presidente
do Parlamento da Venezuela (à esq.), Julio Borges,
e líder do Parlamento Europeu, Antonio Tajani
durante coletiva
depois de
encontro em Bruxelas (Foto: EMMANUEL DUNAND / AFP)
|
Líder do Parlamento Europeu disse
que enviará carta aos líderes das instituições da UE para ver quais medidas
podem ser tomadas sobre situação na Venezuela.
O presidente do Parlamento da
Venezuela, o opositor Julio Borges, e o presidente do Parlamento Europeu,
Antonio Tajani, chamaram nesta quarta-feira (31) de "golpe de Estado"
a convocação de uma Assembleia Constituinte pelo presidente venezuelano Nicolás
Maduro.
"A ideia da Assembleia
Constituinte não é outra que a de prolongar o golpe de Estado na
Venezuela", declarou Borges após se reunir com Tajani, para quem isto
representa "um novo golpe com o único objetivo de consolidar o regime
autoritário".
A Venezuela atravessa uma grande
tensão política desde o início dos protestos da oposição contra Maduro em 1º de
abril, e que já deixaram 60 mortos e mais de mil feridos, de acordo com a
Procuradoria, e cerca de 3.000 presos, segundo a ONG Foro Penal.
Neste contexto, o presidente
venezuelano anunciou para julho a eleição de uma Assembleia Constituinte, que a
oposição considera "fraudulenta", com o único objetivo de perpetuar
Maduro no poder.
Para o presidente do Parlamento da
Venezuela, controlado pela oposição, "trata-se de uma Constituinte não
eleita, elaborada corporativamente, sem uma chamada ao povo venezuelano, que
irá produzir mais divisão, mais problemas, mais violência".
Borges pediu ajuda às instituições
comunitárias para que "aqueles que violaram os direitos humanos sejam
punidos" pela UE. "A violação dos direitos humanos não pode ter
fronteiras", acrescentou.
Recordando que os Estados Unidos
impuseram sanções contra juízes do Supremo Tribunal da Venezuela, o presidente
do Parlamento Europeu anunciou que enviará uma carta aos líderes das
instituições da UE para ver quais medidas podem ser tomadas.
Numa resolução em abril, o
Parlamento Europeu condenou a "brutal repressão" na Venezuela. Caracas acusou de
"ingerência" a Eurocâmara e seu presidente.
A UE expressou várias vezes sua
preocupação com a Venezuela e pediu que o governo liberte os presos políticos,
aceite a entrada de ajuda humanitária e convoque eleições.
Por France Presse
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