Imagem de
arquivo mostra guerrilheiros das Farc se dirigindo
para zonas
transitórias, onde ocorrem desarmamentos
(Foto: HO/Prensa Bloque Sur FARC/AFP)
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Prazo terminaria nesta semana.
Acordo de paz foi ratificado em dezembro.
O governo colombiano e as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) decidiram nesta segunda-feira
prorrogar por 20 dias o prazo para a entrega das armas dessa guerrilha, que
concluía nesta semana, e estender por dois meses a vigência das áreas onde
estão reunidos seus membros, segundo anunciou o presidente Juan Manuel Santos.
"Serão 20 dias adicionais
para o desarmamento e 60 para as reincorporações. Não é nada para terminar bem
53 anos de enfrentamento e violência fratricida", afirmou o chefe de Estado
em um discurso ao país.
O período de 180 dias para a
implementação da paz começou a contar no último dia 1º de dezembro, um dia após
a ratificação pelo Congresso colombiano do acordo assinado em 24 de novembro em
Bogotá, mas problemas de diversos tipos acabaram atrasando esse processo e
levaram as Farc a pedir uma ampliação do prazo de pelo menos dois meses.
Santos disse nesta segunda que
nestes últimos seis meses se avançou "no desarmamento completo e
definitivo das Farc" e que, apesar dos atrasos sofridos principalmente por
problemas logísticos na construção das zonas de vereda transitórias de
normalização (ZVTN) onde estão reunidos 6.934 guerrilheiros, esse processo foi
"ordenado" e "seguro".
"No entanto, devido aos
atrasos acumulados por conta dos problemas que já mencionei, de comum acordo
com as Nações Unidas e as Farc, decidimos que a entrega das armas se terminará
não amanhã como estava previsto, senão dentro de 20 dias", acrescentou.
Pelas mesmas razões, as partes
decidiram prolongar a vigência das ZVTN "por dois meses mais, até 1º de
agosto deste ano". "Este tempo adicional nos permitirá pôr em marcha
devidamente o processo de reincorporação à vida civil e sem armas dos
ex-membros das Farc", explicou.
O governante colombiano salientou
que "esta mudança na data não afeta de modo algum a firme decisão e o
claro compromisso do governo e das Farc para cumprir com o acordo".
Monitoramento
"O Mecanismo de Monitoramento
e Verificação (MM&V) seguirá exercendo o seu papel até certificar que a
última arma das Farc foi entregue e retirada do território nacional",
completou.
O MM&V é um mecanismo
tripartido integrado por membros das Nações Unidas, da polícia colombiana e das
Farc que está presente nas 26 zonas rurais onde estão reunidos os guerrilheiros
e supervisiona o cumprimento do cessar-fogo bilateral e definitivo.
Nesse sentindo, Santos também
disse que o cessar-fogo "funcionou", pois desde o seu início, há seis
meses, "não houve um só enfrentamento entre as nossas forças e integrantes
das Farc. Nem um ferido, nem um morto. Mais importante ainda, não houve nem um
só incidente ou ataque contra a população civil".
"Cumpridos estes primeiros
seis meses desde a assinatura do acordo, podemos dizer sem sombra de dúvidas
que a paz é irreversível. Não vamos voltar atrás. Por nenhum motivo vamos
voltar às épocas terríveis da violência, do medo, dos assassinatos e dos
massacres. A Colômbia está deixando para trás essa história de sangue e dor
para sempre", sentenciou.
Por Agencia EFE
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