Michael
Flynn durante pronunciamento na Casa Branca
no dia 1º de fevereiro (Foto: Reuters/Carlos
Barria/File Photo)
|
Interações fazem parte de
material analisado pelo FBI e por congressistas sobre a possível interferência
russa na eleição presidencial.
Michael Flynn e outros assessores
de campanha de Donald Trump mantiveram contato com autoridades da Rússia e
outras com laços com o Kremlin através de ao menos 18 ligações e emails durante
os últimos sete meses da corrida presidencial de 2016, disseram à Reuters
funcionários antigos e atuais dos Estados Unidos a par dos contatos.
As interações, até então
desconhecidas, fazem parte do registro sendo analisado no momento pelo FBI e
por investigadores do Congresso que apuram a interferência russa na eleição presidencial
e os contatos entre a campanha de Trump e a Rússia.
Seis dos contatos anteriormente
não revelados descritos à Reuters foram telefonemas entre Sergei Kislyak,
embaixador russo para os EUA, e conselheiros de Trump, inclusive Flynn, o
primeiro conselheiro de Segurança Nacional do presidente norte-americano,
relataram três autoridades antigas e atuais dos Estados Unidos.
As conversas entre Flynn e Kislyak
aumentaram após a eleição de 8 de novembro, e os dois debateram a criação de um
canal de comunicação informal entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin,
que contornasse a burocracia de segurança nacional dos EUA, que os dois lados
consideravam hostil a uma melhoria nas relações, disseram quatro funcionários
em atividade.
Em janeiro, a Casa Branca negou
inicialmente qualquer contato com autoridades russas durante a campanha do ano
passado. Desde então a Casa Branca e conselheiros da campanha confirmaram
quatro encontros entre Kislyak e conselheiros de Trump no mesmo período.
As pessoas que relataram os
contatos à Reuters disseram não ter provas de irregularidades ou de conspiração
entre a campanha e a Rússia nas comunicações analisadas até agora. Entretanto,
a revelação pode aumentar a pressão para que Trump e seus assessores forneçam à
Polícia Federal dos EUA e ao Congresso um relato detalhado das interações com
autoridades da Rússia e outras ligadas ao Kremlin durante e imediatamente
depois da votação de 2016.
A Casa Branca não respondeu a
pedidos de comentário. O advogado de Flynn não quis comentar. Em Moscou, uma
autoridade do Ministério das Relações Exteriores se recusou a falar sobre os
contatos e encaminhou a Reuters ao governo Trump.
Separadamente, um porta-voz da
embaixada russa em Washington disse: "Nós não comentamos nossos contatos
diários com os interlocutores locais".
Os 18 telefonemas e mensagens
eletrônicas aconteceram entre abril e novembro de 2016, quando hackers
realizaram o que, em janeiro, a inteligência norte-americana concluiu ser parte
de uma campanha do Kremlin para desacreditar a votação e influenciar seu
resultado em favor de Trump em detrimento de Hillary Clinton, sua adversária
democrata e ex-secretária de Estado.
As conversas tiveram como foco
reparar as relações econômicas EUA-Rússia tensionadas pelas sanções impostas a
Moscou, cooperar no combate ao Estado Islâmico na Síria e conter uma China mais
assertiva, disseram as fontes.
Membros dos comitês de
inteligência do Senado e da Câmara dos Deputados dos EUA procuraram a CIA e a
Agência de Segurança Nacional para analisar transcrições e outros documentos
relacionados aos contatos entre assessores e associados da campanha de Trump e
autoridades russas e outras pessoas ligadas a Putin, afirmaram pessoas
familiarizadas com estas investigações à Reuters.
Na quarta-feira o Departamento de
Justiça dos EUA disse ter indicado o ex-diretor do FBI Robert Mueller como
conselheiro especial para investigar a suposta interferência da Rússia na
campanha presidencial norte-americana e uma possível conspiração entre a
campanha de Trump e a Rússia. Mueller irá assumir o inquérito do FBI iniciado
em julho. Trump e seus assessores vêm negando repetidamente qualquer conluio
com Moscou.
Veteranos de campanhas eleitorais
anteriores disseram que alguns contatos com autoridades estrangeiras durante
uma campanha não são incomuns, mas que o número de interações entre assessores
de Trump e funcionários da Rússia e outros com laços com Putin é excepcional.
"É raro ter tantos
telefonemas a autoridades estrangeiras, especialmente para um país que
consideramos um adversário ou uma potência hostil", opinou Richard
Armitage, ex-vice-secretário de Estado republicano, à Reuters.
Por Reuters
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!