Opositores
do presidente Nicolás Maduro em confronto
com a
polícia durante protesto em Caracas, Venezuela
- 04/04/2017 (Juan Barreto/AFP)
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Entre os manifestantes feridos
estão vários deputados e o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, que
já fora atacado outras vezes
A oposição venezuelana foi
novamente às ruas nesta terça-feira para exigir a restituição plena dos poderes
do Parlamento, um calendário eleitoral e a libertação de seus dirigentes e
militantes detidos. A Polícia Nacional Bolivariana (PNB) entrou em confronto
com manifestantes em diversos pontos da capital, Caracas. O presidente da
Assembleia Nacional da Venezuela Julio Borges e o deputado Henry Ramos Allup
foram agredidos pelas forças policiais, que distribuíram golpes e utilizaram
spray de pimenta e gás lacrimogênio contra vários dos parlamentares. O também
deputado Richard Blanco chegou a ser levado para uma unidade de terapia
intensiva (UTI) em função dos gases tóxicos utilizados lançados pela polícia.
A violência atingiu também o
governador do estado de Miranda e ex-candidato presidencial, Henrique
Capriles, além de estudantes e outros
opositores do governo, informou o site de notícias venezuelano El
Estímulo. Lilian Tintori, ativista de
direitos humanos e esposa do líder político Leopoldo Lopez denunciou o ataque
de gás lançado pela PNB diretamente em seu rosto. Milícias armadas que apoiam o
presidente Nicolás Maduro passaram atirando contra a população.
O jornal venezuelano El Nacional
informou que nove pessoas foram atendidas no hospital Salud Chacao, oito por
traumatismos múltiplos e uma atingida por um tiro. Os jornalistas Abraham
Tovar, do próprio El Nacional, Román Camacho, do portal de notícias
HispanoPost, foram atingidos por pedradas durante os protestos.
As tensões no país se elevaram
depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) pró-Maduro anulou as funções do
Congresso, dominado pela oposição, na semana passada. Embora a corte tenha
voltado atrás na medida no fim de semana, a Assembleia Nacional continua
impotente devido a veredictos anteriores do judiciário. Na segunda-feira, em
reunião extraordinária, a Organização dos Estados Americanos (OEA), declarou
que há uma “grave alteração” da democracia no país.
A pressão internacional contra
Maduro aumentou, e os protestos foram retomados. A oposição convocou a
população a participar das manifestações com uma marcha rumo a Assembleia, onde
pretendiam iniciar, na tarde desta terça-feira, um processo para destituir
magistrados do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), mas a guarda nacional
bloqueou os acessos à sede do parlamento.
Os arredores da Plaza Venezuela –
onde os opositores foram convocados – amanheceram vigiados por dezenas de
militares. As forças de segurança também vigiavam os acessos ao centro da
cidade e várias estações de metro foram fechadas.
Simpatizantes do governo, enquanto
isso, se mobilizaram em apoio ao presidente. “Apoiamos Maduro diante destes
ataques que querem um golpe de Estado. Rejeitamos todos os atos desses
chanceleres lacaios do império“ disse Angelo Oliva, um manifestante chavista.
Na noite de segunda-feira, Maduro condenou a declaração da OEA e acusou o
organismo de ter se convertido em um “tribunal de inquisição para perseguir a
Venezuela”. Maduro afirma que o governo dos Estados Unidos e outros inimigos
estão tentando alimentar a histeria contra ele para preparar o terreno para um
golpe.
A oposição, que acusa Maduro de
tentativa de golpe de Estado, anunciou que permaneceria nas ruas até que haja
respeito à Assembleia.
(com AFP e Reuters)
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