© Jamil
Chade/Estadão Sede da empresa Safe Host, em Genebra,
que guardava
o servidor de operações financeiras da Odebrecht
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Antes de acomodar um servidor com
dados das propinas pagas a agentes públicos em um edifício na Suíça, a
Odebrecht escolheu Angola para esconder quase 2 milhões de páginas de
documentos, e-mails e provas de transações bancárias.
De acordo com o responsável pelas
operações ilícitas do Setor de Operações Estruturadas Hilberto Mascarenhas, em
documento entregue à Operação Lava Jato, “a premissa era de estar em algum país
que não tínhamos operação”, afirmou.
© Jamil Chade/Estadão Sede da
empresa Safe Host, em Genebra, que guardava o servidor de operações financeiras
da Odebrecht
Segundo ele, eram dois sistemas
tecnológicos com acesso restrito desenvolvido para as transações bancárias. Um
deles era o MyWebday B, para pagamento e controle de todas as propinas. O outro
era o Drousys, um mecanismo de comunicação para troca de e-mails e de
solicitações. De acordo com o documento, o MyWebday B foi especialmente
adaptado para atender às necessidades do departamento da propina, em um
trabalho que levou de três a seis meses.
“Em 2007, por questões de
disponibilidade do link de conexão, já que o link com Angola apresentava muitos
problemas de indisponibilidade de conexão, dessa forma tivermos de alterar o
local”, contou.
O ex-executivo destacou que, na
Suíça, o MyWebday B ficaria “completamente isolado de quaisquer dos servidores
ou funcionários da companhia, assegurando uma maior confidencialidade às
informações”. Já o Drousys não deixaria rastro de quem acessasse o sistema.
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