Prefeito anuncia morte de homem baleado em protesto em Caracas | Rio das Ostras Jornal

Prefeito anuncia morte de homem baleado em protesto em Caracas

Manifestantes em oposição ao governo participam de protesto
 em Caracas, na Venezuela, na quinta (20)
 (Foto: Reuters/Christian Veron)
Melvin Guaitan foi morto durante manifestação na noite de quinta-feira. Prefeito da cidade fez o anúncio nesta sexta-feira.
Um homem morreu ao ser atingido por tiros na quinta-feira (21) à noite durante um protesto na área de Petare em Caracas, informou o prefeito da cidade, segundo a France Presse.
"Com muita dor informo a morte por impacto de bala de Melvin Guaitan, humilde trabalhador, morador de Sucre #Petare", escreveu no Twitter Carlos Ocariz, prefeito do município de Sucre, onde fica Petare. "Melvin foi assassinado na entrada do Bairro 5 de Julho durante o protesto esta noite. Exigimos que se investigue e castigue os culpados!", completou o prefeito, que faz oposição ao governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Na quinta-feira (20), um membro da Guarda Nacional também morreu em Caracas. Um dirigente chavista responsabilizou os opositores ao governo de Maduro pela morte do militar.
No dia anterior, na quarta (19), um jovem de 17 anos morreu no hospital após ser baleado por motociclistas que atacaram uma concentração opositora no bairro de San Bernardino, em Caracas. Na cidade de San Cristóbal (oeste), uma jovem de 23 anos foi morta com um tiro na cabeça.
No total, já foram contabilizadas nove mortes na onda de manifestações, algumas vezes violentas, contra o governo do presidente Nicolás Maduro, segundo a agência Reuters.
Eleições na mira
A onda de protestos na Venezula começou em 1º de abril, após as sentenças do máximo tribunal eleitoral, que retiraram a imunidade do Parlamento, único poder público controlado pela oposição.
Maduro, a quem a oposição acusa de afundar o país em uma das piores crises econômica e política de sua história, assegura que os protestos buscam derrubá-lo com o apoio dos Estados Unidos e realizar uma intervenção militar na Venezuela.
Seu aliado, o presidente boliviano Evo Morales, acusou Washington de planejar a derrubada de Maduro, cujo mandato termina em 2019.
Maduro diz querer logo a chegada das eleições para derrotar a oposição. As de governadores deveriam ter sido realizadas em 2016, mas foram suspensas e ainda não têm data. As de prefeito estão marcadas para este ano e as presidenciais para dezembro de 2018.
Segundo as pesquisas, sete em cada dez venezuelanos reprovam o governo, sufocados pela crise econômica, com uma severa escassez de alimentos e remédios, e uma inflação - a mais alta do mundo - que o FMI estima em 720,5% para este ano.
A oposição afirma que a Maduro resta o apoio da cúpula da Força Armada, a quem deu enorme poder econômico e militar e que recebeu em troca "lealdade incondicional".
Protestos mantidos
Segundo a Reuters, líderes da oposição prometeram manter os protestos, exigindo que o governo de Maduro convoque eleições regionais adiadas desde o ano passado, liberte quase 100 ativistas da oposição presos e respeite a autonomia do Congresso, liderado pela oposição.
A oposição está organizando protestos em níveis comunitários pelo país nesta sexta-feira (21), uma marcha "silenciosa" em Caracas no sábado em homenagem aos mortos nas manifestações e um bloqueio nacional nas principais rodovias da Venezuela na segunda-feira.
O governo de Maduro até o momento resiste à pressão dos mais sérios protestos em três anos. Líderes do governista Partido Socialista descrevem os manifestantes como bandidos violentos que danificam propriedades públicas e perturbam a ordem pública para derrubar o governo com apoio de adversários ideológicos em Washington.

Por G1
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