Polícia usa
canhões de água durante confronto com manifestantes
no protesto
contra o governo de Nicolás Maduro em Caracas,
Venezuela -
06/04/2017 (Christian Veron/Reuters)
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A oposição convocou uma nova
manifestação popular para o sábado, 8
O pior cego é aquele que não quer
ver. Manifestantes contrários ao presidente Nicolás Maduro se enfrentavam
novamente nesta quinta-feira com agentes da Guarda Nacional na Venezuela. Em
capital, Caracas, os confrontos começaram quando uma manifestação, que juntou
milhares de pessoas, tentou chegar até a Defensoria Pública para pedir seu
respaldo ao processo de destituição de sete magistrados do Tribunal Supremo de
Justiça (TSJ), que na semana passada retirou a imunidade dos deputados, anulou
os poderes da Assembleia e assumiu brevemente as atribuições legislativas do
país.
Enquanto isso, em um encontro com
líderes religiosos, no estado de Miranda, Maduro afirmou que a capital seguia
“na mais absoluta paz e tranquilidade”.
Para impedir o avanço da multidão,
a polícia montou barricadas e lançou bombas de gás lacrimogêneo e jatos de
águas. Os manifestantes, muitos deles com os rostos cobertos, responderam com
pedras.
Os opositores se concentraram em
uma estrada na altura do bairro de Altamira, segundo o plano original, mas
dirigentes como o ex-candidato à presidência Henrique Capriles pediram
que alterassem a rota, rumo à Defensoria, localizada em uma área histórica no
centro da cidade. O governo costuma impedir fortemente qualquer mobilização
nessa região, que o chavismo considera seu reduto e onde se concentram as sedes
dos poderes públicos.
Nas redes sociais, opositores
registraram a violenta repressão de Maduro e denunciaram uso de bombas de gás
lacrimogênio, feitas no Brasil, com data de validade vencida. A prática não
é novidade e foi divulgada por manifestantes em protestos anteriores.
Apesar do agravamento da repressão
às manifestações, a oposição convocou nova mobilização para o próximo sábado,
dia 08.
Destituição improvável
Protestos na
Venezuela contra o governo
de Nicolás
Maduro - 06/04/2017
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Na quarta-feira, a Assembleia
Nacional da Venezuela, de maioria opositora ao governo de Maduro, aprovou
o início do procedimento para a remoção de sete juízes do Tribunal Superior de
Justiça (TSJ) por “responsabilidade na ruptura da ordem constitucional” do país
ao assumir as funções parlamentares em suas sentenças.
Em um clima político cada vez mais
tenso, o debate no Congresso teve a participação da bancada chavista,
minoritária. Os opositores conseguiram a aprovação do acordo, baseado na
acusação de que os juízes planejaram um “golpe de Estado” contra o Legislativo.
O processo, no entanto, tem poucas
chances de ter sucesso.
O deputado opositor Juan Miguel
Matheus, que apresentou a proposta, esclareceu que a aprovação do acordo é
apenas o início do processo e que não ocorreria a remoção imediata dos juízes.
O próximo passo, de acordo com a Constituição, é conseguir a ratificação do
Poder Cidadão, uma instância que negou a ruptura da ordem constitucional por
parte do TSJ. Caberá ao Poder Cidadão e à Procuradoria Geral tramitar a
solicitação sobre a qualificação de faltas graves dos magistrados.
(Com AFP e EFE)
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