Emilio Odebrecht diz que conversou com Lula, dentro
do Palácio do Planalto, sobre sítio
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Informação
foi dada na delação do empresário. Em nota, Instituto Lula informou que sítio
não pertence ao ex-presidente e que os donos já confirmaram a propriedade e a
origem dos recursos.
O empresário
Emílio Odebrecht afirmou em depoimento no acordo de delação premiada que a
reforma em um sítio em Atibaia (SP) frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva custou à construtora Odebrecht cerca de R$ 700 mil.
Emílio afirmou,
ainda, que o sítio sempre foi tratado dentro da empresa como se pertencesse ao
ex-presidente e que foi a ex-primeira-dama Marisa Letícia quem pediu ajuda para
concluir as obras, que já estavam em andamento na propriedade. O pedido, relata
o empresário, foi feito em 2010, no último ano do segundo mandato de Lula na
Presidência da República.
Procurado pelo G1,
o Instituto Lula divulgou a seguinte nota nesta quarta-feira (12): "O
sítio não pertence ao ex-presidente Lula. Os proprietários do sítio confirmaram
não só a propriedade como a origem dos recursos para comprá-la."
No ano passado,
o instituto já havia se pronunciado sobre o sítio, afirmando que o ex-presidente
frequenta o local desde que encerrou o mandato (em 2011); que o sítio pertence
a "amigos da família"; e que "a tentativa de associá-lo a
supostos atos ilícitos tem o objetivo
mal disfarçado de macular a imagem do ex-presidente".
O depoimento
de Emílio Odebrecht
Ao ser
questionado sobre se lembrava quais foram as obras no sítio, Emílio Odebrecht
balançou a cabeça em uma resposta negativa.
Ele foi
indagado, então, sobre o que foi feito com os R$ 400 mil inicialmente
destinados às obras. "Era para fazer, concluir o que os outros não tavam
conseguindo concluir". Perguntado sobre se havia outras empresas
trabalhando no sítio, declarou: "Ah, já. Não era obra nova não, foi para
terminar coisas que já tinham sido iniciadas por alguém. Eu não sei, não
conheço."
Emilio Odebrecht,
na sequência, é questionado sobre o valor orçado para a obra e responde:
"Inicialmente [a obra foi orçada em R$ 400mil], e deu mais, deu cerca de
R$ 700 mil, ou talvez até um pouco superior. É que, como foi feito, várias
obras assumiram".
Conversa com
Lula
Na delação, o
empresário também afirmou que chegou a tratar da reforma no sítio com o próprio
Lula.
"No final
do ano, penúltimo dia de mandato do Lula, do último mandato, eu estive com ele.
Lá no Palácio do Planalto. E aí eu disse: 'Olhe, chefe, você vai ter uma
surpresa. Nós vamos garantir o prazo que nós tínhamos dado naquele programa lá
do sítio'. Ele não fez nenhum comentário, mas também não botou nenhuma
surpresa, coisa que eu [...] eu entendi não ser mais surpresa", afirmou Emílio
na delação.
Conversa com
advogado de Lula
Também em
depoimento no acordo de delação premiada, o ex-executivo da Odebrecht
Alexandrino Alencar afirmou ter discutido com Roberto Teixeira, um dos
advogados de Lula, uma maneira de "formalizar" as obras do sítio.
Alencar disse
ainda que, em 2011, recebeu uma ligação de Teixeira pedindo um encontro para
discutir a situação do sítio, em nome de Fernando Bittar. Esta reunião, diz o
delator, ocorreu no escritório do advogado, em São Paulo.
De acordo com
Alencar, a solução encontrada foi emitir uma nota fiscal "considerando que
[a obra] foi pago pelo Fernando Bittar". Ele afirma ainda que "foi
feito um escalonamento do pagamento, para não ficar uma coisa muito cara".
Por G1, Brasília
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