Em
fevereiro, governo federal enviou agentes da Força Nacional
para garantir a segurança nas ruas, para
aprovação da privatização
da Cedae na
AlerjHumberto Ohana / Parceiro / Agência O Dia
|
Governo federal não decide se
enviará tropas da Força Nacional, nem se oferecerá socorro financeiro para PM
Rio - Mesmo diante da
escalada da violência, agravada pelo aprofundamento da crise financeira, a
União ainda não tem planos de socorrer o Rio de Janeiro. Nem mesmo enviar
tropas da Força Nacional, como fez em fevereiro, quando houve ocupação de
quartéis da PM por parentes de militares. E o que está ruim pode piorar.
Em entrevista à ‘Rádio CBN’ ontem,
o governador Luiz Fernando Pezão confirmou notícia antecipada pelo ‘Informe
do DIA’ de que o pagamento de maio dos servidores da segurança pública deve
atrasar.
Pezão também voltou a pedir apoio
federal para contratação de mais 4 mil PMs, para reforçar o patrulhamento nas
ruas. Mas o Ministério da Justiça e Segurança Pública limitou-se a reafirmar
que “está analisando o pedido de apoio para determinar a melhor forma de
prestar auxílio aos órgãos de segurança pública”.
Para o cientista político Eurico
Figueiredo, da UFF, há “uma desatenção muito grande do poder central em relação
ao Rio ” e que a falta de solidariedade da União agrava o quadro. “O governo
federal faz pressão sobre o Legislativo quando é do seu interesse”, afirmou.
“Parece que a União espera que o pior
aconteça. Os sinais são evidentes de que todos os indicadores da segurança
pública do Estado do Rio pioraram, e que podemos estar próximos de tragédias
análogas às que ocorreram no passado recente da nossa história”, lamentou o
presidente da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa.
O deputado estadual Luis Paulo
Correa da Rocha (PSDB) reclama do tratamento desigual para o Rio. “Somos o
segundo maior contribuinte da União, perdemos apenas para São Paulo. Mas somos
o penúltimo na distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE). A gente
subsidia os estados mais pobres”.
Pedido parado desde setembro
Desde o final dos Jogos Olímpicos,
há menos 500 policiais por dia nas ruas devido à falta de verba para o RAS
(Regime Adicional de Serviço), como O DIA mostrou. Em setembro
de 2016, a Secretaria de Segurança solicitou a volta dos agentes da Força
Nacional do projeto de combate ao crack que estavam há cinco anos no Morro
Santo Amaro, no Catete, mas até hoje não obteve resposta.
Em fevereiro, a União enviou
agentes da FN após manifestações em unidades da PM. O reforço, pedido por
Pezão, era para garantir o patrulhamento no entorno da Alerj para aprovação do
projeto de privatização da Cedae.
Coronel da PM defende fim de
UPPs
Um dos artífices do projeto das Unidades
de Polícia Pacificadora (UPPs), o ex-comandante da PM, coronel Mário Sérgio
Duarte defendeu a extinção do programa. “Falta lucidez ao governo do estado
para acabar com as UPPs. Elas faliram completamente, não dá para salvar”,
afirma.
Duarte comandou a PM entre 2009 e
2011 e na sua gestão foram inauguradas 14 das 17 UPPs. Hoje, são 38. Segundo o
coronel, o projeto se exauriu há pelo menos dois anos, ainda na gestão de José
Mariano Beltrame. “Ele (Beltrame) foi embora e deixou a bomba no colo do Roberto
Sá (atual secretário de segurança)”.
Para Duarte, o governo federal não
vai ajudar o Rio enquanto o estado insistir na política das UPPs. “O Exército
não vai entrar nessa furada”, disse ele. “Está na hora de buscar um novo
caminho”.
O Dia
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!