Rodrigo
Maia, em foto de 5 de abril
(Foto: Bernardo Caram/G1)
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Em entrevista, Rodrigo Maia
disse que as citações de delatores são falsas e que os inquéritos serão
arquivados. Afirmou, ainda, que confia na Justiça.
O presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é suspeito de corrupção e lavagem de
dinheiro, segundo inquéritos autorizados pelo ministro Luiz Edson Fachin, do
Supremo Tribunal Federal (STF). Ele teria recebido, pelo menos, R$ 1 milhão em três
anos eleitorais
Fachin,
relator da Operação Lava Jato no STF, determinou a abertura de 76
inquéritos para investigar políticos e autoridades com base nas
delações de ex-executivos da Odebrecht. A informação foi confirmada no fim da
tarde desta terça-feira (11). O pedido de inquérito partiu do procurador-geral
da República, Rodrigo Janot. A Procuradoria Geral da República
(PGR) fez o pedido com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht.
Maia é citado em dois inquéritos
como suspeitos dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, corrupção
praticada contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
Em entrevista, Rodrigo Maia
afirmou que confia na Justiça e vai continuar confiando sempre. Declarou que as
citações de delatores são falsas e os inquéritos serão arquivados. Segundo ele,
o Ministério Público e a Justiça estão fazendo seu papel de forma competente.
Dinheiro de campanha
Em um dos inquéritos, baseado na
delação de Benedicto Barbosa, João Borba Filho, Cláudio Melo Filho, Carlos José
de Souza Filho e Luiza Eduardo da Rocha Soares, tanto Rodrigo Maia quanto seu
pai, César Maia, são suspeitos de receber repasses da Odebrecht em três anos
eleitorais diferentes.
Em 2008, quando nenhum dos dois
concorria a cargos eletivos, Rodrigo Maia teria solicitado e recebido R$ 350
mil do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht "a pretexto de
auxílio à campanha eleitoral". Esse departamento da empresa ficou conhecido
como "setor de propina".
Em 2010, durante as eleições, ele
teria solicitado um novo repasse para a campanha de seu pai. O valor do
repasse, segundo os delatores, foi de R$ 600 mil, sendo que R$ 400 mil foram
novamente pagos por meio do Setor de Operações Estruturadas. De acordo com o
inquérito, o atual presidente da Câmara constava no cronograma de pagamentos do Drousys,
um sistema de informática utilizado pela Odebrecht entre 2008 e 2014.
João Marcos Cavalcanti de Albuquerque, assessor de Rodrigo Maia na Câmara, foi
apontado pela empreiteira como o intermediário das operações.
O inquérito também afirma que a
empresa descreveu "pagamentos no contexto de aprovação de medida
provisória e para eleição do ano de 2014".
Dinheiro para aprovar leis
No segundo inquérito, tanto
Rodrigo Maia quanto César Maia são citados como suspeitos, ao lado do atual
presidente do Senado Federal, Eunício Lopes de Oliveira, do ex-presidente do
Senado Renan Calheiros e do senador Romero Jucá, de receber vantagem indevida
para aprovar leis favoráveis à Odebrecht.
De acordo com o documento, os
delatores afirmaram que as medidas provisórias 470/2009, 472/2010 e 613/2013
foram aprovadas após a Odebrecht pagar milhões de reais a diversos políticos do
Executivo e do Legislativo. Rodrigo Maia é suspeito de receber R$ 100 mil. De
acordo com os delatores, o codinome de Maia no sistema Drousys, na lista de
beneficiários de propina, era "Botafogo".
Veja o que diz César Maia: Procurado,
o ex-prefeito do Rio de Janeiro afirmou que a investigação vai mostrar que ele
nunca recebeu doação da Odebrecht, somente do partido. Segundo ele, a
construtora doou primeiro ao partido, que depois repassou os valores a ele, e
que só soube disso na hora da abertura das conta.
Leia a nota de Eunício
Oliveira: "Não tenho nenhuma informação sobre os nomes nem sobre
os inquéritos. Os homens públicos têm que estar sempre atentos e sem medo de
fazer os enfrentamentos que a vida a pública nos oferece. Vamos tocar a pauta
do Senado naturalmente. Vamos tocar a pauta com naturalidade."
Leia a nota de Renan Calheiros: "A
abertura dos inquéritos permitirá que eu conheça o teor das supostas acusações
para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja apenas baseado em
vazamentos seletivos de delações. Um homem público sabe que pode ser
investigado. Mas isso não significa condenação prévia ou atestado de que alguma
irregularidade foi cometida. Acredito que esses inquéritos serão arquivados por
falta de provas, como aconteceu com o primeiro."
Leia a nota de Romero Jucá: "Sempre
estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer
informação. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e
tive todas as minhas contas aprovadas."
Por G1
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