Mais de 30
mil crianças esperam por vaga em creches no Rio
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Defensoria Pública entrou com
ação civil pública para obrigar prefeitura a construir creches. Secretaria de
Educação diz que meta é criar 40 mil vagas até 2020
Mais de 30 mil crianças estão na
fila de espera por uma vaga em creches municipais, no Rio. O problema se
arrasta desde o ano passado quando a Defensoria Pública entrou com uma ação na
justiça para obrigar o município a construir mais escolas.
Em vez da creche de todas as
manhãs, o Fórum. A autônoma Marly Davino de Santana, teve que recorrer à
justiça para tentar uma vaga para filha de um ano e meio. Ela é o número 133 na
fila de espera.
“Preciso trabalhar, ajudar o meu
esposo. A importância dessa vaga é e necessidade da minha filha interagir, que
é um direito da criança, é um direito nosso de pais, que precisamos lutar por
isso, trabalhar para trazer o sustento para dentro da nossa casa. Porque a
Maria Luíza é uma criança como qualquer outra e eu não tenho condições para
pagar uma vaga de creche. Hoje em dia meio período é um absurdo, que eu não
tenho condições. E se eu estou apelando é porque preciso”, desabafou Marly, mãe
de Maria Luíza, de 1 ano e 5 meses.
Ela também tem outros cinco filhos
mais velhos, que estão estudando, e um bebezinho de 3 meses. Para ajudar nas
contas de casa, ela trabalha em um salão de beleza, mas não dá para levar as
crianças todo dia.
“Estressante, a correria é muito
estressante. Porque acordo cedo todos os dias, às 5h30 para dar conta de casa,
para depois ir para o trabalho. Nisso, tenho que dar conta dos bebês antes,
colocar na escola os maiores e assim se vai. Todos os dias é essa correria. Me
sinto impotente, você se sente incapaz. A verdade é essa. Porque se você
recorre ao governo é porque você precisa e se você precisa, você tem que ser
auxiliada. E isso, infelizmente, no Rio é muito difícil”, diz Marly.
A Defensoria Pública do estado
atendeu, nos primeiros meses desse ano, quase o dobro de pessoas à procura de
creche e pré-escola do que no mesmo período do ano passado. São pais e mães que
precisam trabalhar e não têm com quem deixar os filhos. Os números da
prefeitura confirmam a preocupação. O Rio tem 60 mil crianças matriculadas em
creches, e outras 32 mil na fila de espera.
Foram tantos pedidos de socorro à
Defensoria Pública, que a Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do
Adolescente fez uma ação coletiva para pedir aumento de oferta de vagas.
“Essa demanda vem sendo uma
demanda crescente a cada ano. E é por isso exatamente que nós ingressamos em
2016 com uma ação civil pública para obrigar o município a construir mais”, diz
Eufrásia Maria Souza das Virgens, coordenadora de Defesa dos Direitos da
Criança e do Adolescente.
Só na região de Jacarepaguá e da
Cidade de Deus, na Zona Oeste, a Defensoria atendeu 340 casos em janeiro e 393
em fevereiro. No ano passado, foram 136 casos em janeiro e 263 em fevereiro. A
Secretaria de Educação reconhece o problema, mas diz que não é fácil resolver.
“Nós estamos trabalhando com a
meta de criar 40 mil novas vagas até 2020. E neste momento estamos nos
debruçando sobre o planejamento dessa expansão. Este é um ano de aperto
financeiro na prefeitura, de modo que nós não devemos esperar uma expansão
imediata. Nós estamos montando um sistema de planejamento e estamos montando
uma equação financeira dessa expansão. O custeio da creche é muito caro. Numa
sala de aula do ensino fundamental, nós temos 25 crianças e um professor. Numa
sala de creche, se nós tivermos 25 bebês, nós temos cinco profissionais. Então,
é preciso levar em conta isso também nesse projeto de expansão.
Haverá expansão este ano ainda,
mas não no ritmo que nós desejamos. E eu acho que os projetos que estamos
montando vão amadurecer até meados de 2018”, prometeu o secretário César
Benjamin.
Bom Dia Rio
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