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REUTERS/Ueslei Marcelino Ministro Moreira Franco
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Em meio ao nervosismo criado com a
proximidade de divulgação de uma nova lista de pedidos de inquérito a ser
apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro da
Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, afirma que o governo não pode
se abalar com isso ou com o nervosismo do Congresso.
"O problema que temos com o
Congresso é saber se temos voto ou não temos voto, é trabalhar com o Congresso
que temos porque queremos fortalecer a democracia", disse Moreira Franco
em entrevista à Reuters nesta quinta-feira.
"O nosso problema com o
Congresso é criar um ambiente que nos permita votar essas medidas",
acrescentou. "Agora, o Executivo não é terapeuta do Congresso."
A PGR prepara uma nova leva de
pedidos de abertura de inquérito ao Supremo Tribunal Federal com base nas 77
delações de executivos da Odebrecht. A lista, de acordo com fontes ouvidas pela
Reuters, deve chegar a 30 pessoas com foro privilegiado e pode incluir membros
do primeiro escalão do governo.
Informações iniciais apontavam que
os novos pedidos --assim como o levantamento do sigilo das delações-- poderiam
ser apresentados esta semana, mas de acordo com o STF a PGR ainda não
apresentou os pedidos, o que pode ocorrer nos próximos dias.
Moreira Franco, que tem sob
sua guarda o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), afirma que o
nervosismo com as denúncias não afeta o programa ou mesmo o ambiente de
negócios e que a preocupação do governo é com os indicadores econômicos.
"Para o governo não abala
nada, cada instituição está cumprindo suas funções, o governo está fazendo seu
trabalho", disse. "O que nos preocupa é o numero da inflação, da taxa
de juro real, da recuperação do PIB, do emprego."
"Estamos fazendo o que
prometemos fazer."
O ministro garante que as reformas
que o PMDB propôs no documento "Uma Ponte para o Futuro" vão ser
feitas e o governo não vai recuar.
"Evidentemente o governo vai
fazer tudo, nós não vamos recuar, vamos perseverar", prometeu. "Não
há outro caminho para retirar o Brasil da mais grave crise econômica da sua
história."
ELISEU PADILHA
Moreira comentou, ainda, a
situação do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Afastado por razões
médicas, foi acusado pelo advogado José Yunes --amigo do presidente Michel
Temer-- de ter mandado o doleiro Lucio Funaro entregar um "pacote" em
seu escritório. Além disso, executivos da Odebrecht também afirmaram que o
ministro era o responsável por negociar doações.
Questionado se Padilha podia estar
enfraquecido, Moreira afirma que, mesmo que esteja, o ministro continuará no
cargo.
"Se ficar enfraquecido ele
vai ter que continuar cumprindo a função dele até que as regras que foram
definidas pelo presidente desse problema sejam aplicadas, isso está pacificado.
Não há nenhum tipo de excitação aqui com relação a essa problema",
afirmou.
A regra a que Moreira se refere é
a determinação anunciada por Temer no mês passado de que qualquer ministro que
for denunciado no âmbito da Lava Jato será afastado provisoriamente e se a
autoridade se tornar ré, o afastamento será definitivo.
(Com reportagem adicional de
Anthony Boadle)
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