G1 flagra
defeito em elevador plataforma para
deficientes físicos em ônibus do Rio
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Elevador para deficiente físico
apresentou problemas na porta da ABBR, no Jardim Botânico. G1 flagrou problemas
em embarques em vários coletivos.
Os passageiros que dependem de
cadeiras de rodas para se deslocar pelo Rio relatam péssimo estado de
conservação dos ônibus da cidade. O G1 flagrou as dificuldades
enfrentadas pelos cadeirantes que dependem do ponto de ônibus em frente a
Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no Jardim Botânico,
Zona Sul.
A mãe de uma deficiente física
conta que é cada vez mais comum ver os elevadores de acesso aos ônibus com
defeito. Segundo passageiros, o problema se repete todos os dias. Revoltada,
Sandra Helena Carvalho diz que uma vez caiu no meio de uma das mais
movimentadas avenidas do Rio quando retirava a filha do ônibus.
"Não é uma linha de ônibus
com o elevador quebrado, com as cadeiras quebradas, com o cinto de segurança
para prender a cadeira quebrado. É toda a frota do Rio de Janeiro. É justo que
o Rio de Janeiro esteja assim entregue, largado, abandonado? As pessoas estão
sendo abandonadas. Eu passo por isso todo dia. Eu já cai no meio da Presidente
Vargas com ela", reclama Sandra, que é mãe de uma criança que ficou
paraplégica após ter meningite.
Durante o período em que o G1 observou
a chegada de cadeirantes ao Centro de Reabilitação, passageiros foram vistos
ajudando motoristas a recolher a plataforma do veículo, que apresentou
problemas diversas vezes. Em outros momentos, a rampa de acesso não era
utilizada corretamente. Familiares dos cadeirantes não queriam aguardar o
elevador descer por completo e recebiam a ajuda de motoristas para carregar o
deficiente físico no colo.
Um motorista, que pediu para não
ser identificado, alegou que não usou a rampa porque estava sem a chave que
abre a caixa de comando para mover a plataforma.
Em outra situação, o elevador
emperrou e uma passageira precisou dar pulos na plataforma para que o
equipamento voltasse ao nível original e a porta do ônibus pudesse ser fechada.
Uma idosa que carregava o primo,
com deficiência física, conta que chega a levar seis tentativas para conseguir
embarcar num coletivo com o equipamento para o embarque.
"Eles falam que não está
funcionando [o elevador]. Aí as vezes passam seis ônibus - alguns estão
quebrados - e não nos levam. Tem alguns também que passam direto, fecham a
porta e não pegam a gente", diz a idosa.
Segundo o vendedor de coco Renato
Baltazar, que trabalha em frente ao ponto de ônibus, o problema é recorrente.
"De dez onibus, três dão problema. Aí tem que sair com o cadeirante na mão
e dá uma confusão danada", conta.
93% da frota equipada, diz
consórcio
Os consórcios Intersul,
Internorte, Santa Cruz e Transcarioca argumentaram, por nota, que os ônibus que
compõem a frota do Rio de Janeiro atendem às regras de acessibilidade no
transporte de passageiros, de acordo com a determinação da Associação Brasileira
de Normas Técnicas. Segundo os consórcios, atualmente 93% da frota está
equipada com elevadores hidráulicos.
"A adaptação do restante da
frota acontecerá gradativamente, com a compra de veículos novos, uma vez que os
coletivos que estão no último ano de vida útil dentro do sistema não possuem
condições técnicas de receber os equipamentos", acrescenta o texto. As
empresas também ressaltaram que todos os coletivos têm outras adaptações que
facilitam o deslocamento de usuários e que os consórcios mantêm programas de
capacitação contínuos, inclusive voltados para motoristas novos. "A
entidade, no entanto, reconhece falhas pontuais no sistema, que são reparadas
logo após serem informadas", diz o texto.
Por Bruno Albernaz, G1 Rio
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